CHEGUE NA PAZ

21 de jan. de 2015


As adversidades

Bom é passarmos algumas vezes por aflições e contrariedades, porque freqüentemente fazem o homem refletir, lembrando-lhe que vive no desterro e, portanto, não deve pôr sua esperança em coisas alguma do mundo. Bom é encontrarmos às vezes contradições, e que de nós façam conceito mau ou pouco favorável, ainda quando nossas obras e intenções sejam boas. Isto ordinariamente nos conduz à humildade e nos preserva da vanglória. Porque, então, mais depressa recorremos ao testemunho interior de Deus-ATMA, quando de fora somos vilipendiados e desacreditados pelas pessoas. Por isso, devia o homem firmar-se de tal modo em Deus-ATMA, que não lhe fosse mais necessário sentir auto piedade nem mendigar consolações às criaturas. Assim que o ser humano sinta-se atribulado ou tentado, ou molestado por maus pensamentos, precisa recorrer a Deus (ATMA-BUDHI), sentir Sua presença interior e receber orientações. Então compreende o processo de luz e sombra e encontra o caminho da Luz para a solução de seus problemas, também entende que neste mundo tudo é desafio e aprendizado, e não pode haver perfeita segurança nem paz completa."

(Tomás de Kempis, A Imitação de Cristo)

Do sofrer os defeitos dos outros

Aquilo que o homem não pode emendar em si mesmo ou nos demais, deve-o tolerar com paciência, até que Deus disponha de outro modo. Considera que talvez seja melhor assim, para provar tua paciência, sem a qual não têm grande valor nossos méritos. Se alguém, com uma ou duas advertências, não se emendar, não se atrite com ele; mas entrega tudo a Deus para que seja feita a sua vontade, e seja Ele honrado em e por todos os seus servos, pois sabe tirar bem do mal. Procura suportar com paciência os defeitos e quaisquer imperfeições dos outros, pois tens também muitas que os outros têm de aturar. Se não te podes modificar como desejas, como pretendes ajeitar os outros à medida de teus desejos? Muito desejamos que os outros sejam perfeitos, e nem por isso emendamos as nossas faltas.

Queremos que os outros sejam corrigidos com rigor, e nós não queremos ser repreendidos. Estranhamos a larga liberdade dos outros, e não queremos sofrer recusa alguma. Queremos que os outros sejam apertados por estatutos e não toleramos nenhum constrangimento que nos coíba. Donde claramente se vê quão raras vezes tratamos o próximo como a nós mesmos. Se todos fossem perfeitos, que teríamos então de sofrer nós mesmos por amor de Deus? Ora, Deus assim o dispôs para que aprendamos a carregar uns o fardo dos outros; porque ninguém há sem defeito; ninguém sem carga; ninguém com força e juízo bastante para si; mas cumpre que uns aos outros nos aceitemos,consolemos, auxiliemos, instruamos e aconselhemos.O tanto de virtude que cada um possui, melhor se manifesta na ocasião da adversidade; pois as ocasiões desafiadores não fazem o homem fraco, mas revelam o que ele é.

UNIDADE NA LUZ
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