As Sete Espadas de São Jorge
Caminhava cabisbaixo pelas estradas da solidão, confuso, perdido, quando encontrei meu Pai Ogum! Logo me ajoelhei e saudei aquela Força Divina, irradiando em meu caminho. Me ergueu do chão, me abraçou e antes de partir, deixou a meus pés, envoltas em sua capa vermelha, espadas que brilhavam como raios de sol no entardecer!
Foram sete as espadas que me ofereceu! E de todas elas me servi para me curar:
A primeira eu usei para desbravar caminhos, limpá-los das ervas daninhas que cresciam desenfreadamente, alimentando-se da preguiça, da falta de vontade, da culpa;
com a segunda, desbravei todas as raízes da ignorância, do preconceito, da insegurança, que não me deixavam caminhar, por medo do desconhecido, da escuridão;
a terceira eu usei como verdadeiro reflexo de mim mesmo, podendo ver em mim todas as falhas que via nos outros, todas as dores, todas as dúvidas que me impediam de ser quem um dia eu sonhei;
com a quarta, criei o Fogo Divino que me transformou e fez brotar em mim a semente da Vida, me impulsionando a seguir em frente, com Força, com Fé, com Verdade;
a quinta eu empunhei para combater todos os meus dragões interiores, varrendo todas as investidas da falsidade, da inveja, do ego;
a sexta eu usei como cajado para me ajoelhar, agradecendo a meu Pai por ter me ajudado a vencer a minha luta pessoal e a conquistar a maior de todas as vitórias: a minha batalha interior!
A sétima espada eu ergui bem alto e, vestido com a capa de meu Pai, montado em meu cavalo, preparado para a batalha, parti, sendo mais um guerreiro de Ogum, percorrendo os campos da vida, pronto para lutar por todos os filhos de Oxalá...