24 de set. de 2014


É promissora a evolução dessa sociedade quando abandona o abissal tratamento, com relação ao medo, a falta de respeito, de carinho e atenção dispensados a todos os seres vivos do planeta.

Ao longo da nossa jornada fomos, gradativamente nos afastando de reconhecer, valorizar, cuidar, preservar e multiplicar o que existe de bom ao nosso redor. O que seria do planeta sem a água, as plantas e os animais. Tudo isso é parte da obra do criador, para nos confortar, nos encantar, nos embelezar com a vida no sentido amplo e irrestrito.

Foi deveras interessante poder absorver alguns critérios ou conceitos na tentativa de supostamente melhorar a nossa forma de viver e conviver com a natureza. O frio levou a nossa civilização a buscar o fogo. Não sendo suficiente precisou inventar agasalho; e, para isso concluiu que a pele dos animais serviria de proteção. A gordura poderia proteger a nossa pele, tanto para o frio, como também com relação aos raios solares.

Continuando com essa reprise no tempo, chegamos a uma situação que mais e mais nos afastou do convívio harmonioso, para nos transformarmos em consumidores desumanos, com a desculpa de que a proteína seria o componente para desenvolver a inteligência; e, assim passamos a consumir de forma banal muitos animais, ao invés dos vegetais, como ainda vivem majestosos muitos dos que conhecemos. Ah! As girafas, os rinocerontes e assim sucessivamente.

O distanciamento chega a um ponto tal que passamos a considerar aqueles nossos complementos de vida como feras, as plantas como invasoras e daninhas, a floresta como empecilho a expansão das cidades, sem falar no desmatamento como negócio, esquecendo que cada ser vivo se harmoniza, se complementa a vida em todos os sentidos.

Oportunamente já se nota uma ínfima preocupação de alguns, no sentido de tentar repor, se aproximar, de se fazer amigo e aprender a conviver de uma forma completamente diferente. Lembro-me de vídeo de pessoas, inclusive crianças, curtindo aranha, iguana, cobra, onças, leões, peixes, plantas e pássaros como animais de estimação, sem que estejam necessariamente enjaulados. Quem não já assistiu mergulhadores salvando da rede de pesca golfinho, de um macaco ao ser devolvido a natureza, faz questão de abraçar os seus protetores antes de se embrenhar na floresta. De mergulhadores brincando com tubarões como se fossem gatos de estimação?

A ascensão erroneamente não pode somente estar vinculada a nossa transição evolutiva, na busca do infinito. Não! A ascensão diz respeito também a nossa forma de resgatar a identidade e a sensibilidade que perdemos; que nos afastou e nos tornou displicentes e míseros oportunistas; pensando apenas no nosso bem estar ou satisfação financeira.

Neste diapasão, o conceito do UM precisa urgentemente ser resgatado. É preciso saber entender a função de cada um, de tudo e todos que nos ajudam, completam, nos alimentam, nos dessedenta, facilitando assim a nossa permanência no planeta.

O EU SOU, para ser de fato o UM engloba tudo isso; e, não somente, o aculturamento do nosso misero egoísmo. É assim que estaremos nos inserindo no conceito da universalidade, na fusão das intenções e comportamentos que exemplificam a nossa espiritualidade. O tudo dentro do todo; e, o todo dentro do tudo.

Abraços ilimitados a tudo e a todos do Luiz Soares.