Eis uma fórmula de se viver em paz;
concordar em discordar sem brigar.
Quando concordarmos em que as
pessoas discordem de nós,
e aceitamos ouvir com naturalidade
os motivos que as levam a não
estarem de acordo conosco,
é bem possível que aprendamos
muita coisa.
Podemos também ensinar,
pois quando duas pessoas se
dispõem a conversar,
falando e ouvindo,
com isenção de ânimo,
naturalmente,
dessa troca de opiniões e
experiências,
muita luz se fará para ambas
as partes.
Convenhamos que não damos
um passo à frente,
quando nos fixamos num ponto
e ali permanecemos obstinados,
não admitindo que possamos
estar errados.
Da troca de ideias com outros,
poderíamos reformular nossos
pontos de vista,
ou reafirmá-los na convicção
de que estamos certos.
Não cristalizemos nossos
conhecimentos!
Através do diálogo amigo,
racional,
educado e sem pretensão,
melhoraríamos nossa visão da
vida e das coisas,
e também ajudaríamos a enriquecer
o patrimônio de outrem.
Aquele que se fecha e não admite o
diálogo de pontos de vista,
revidando ofensivamente qualquer
aproximação,
qualquer discordância relativa
a seu modo de pensar,
ainda não se capacitou de que
ninguém evolui sozinho;
não compreendeu a própria observação
consciente dos desequilíbrios,
que nos leva ao esforço retificador e
promove o reequilíbrio.
Portanto,
sejamos compreensivos e não
esperemos que batam palmas a
tudo o que fizermos ou dissermos.
Aceitemos como amigos os que
discordarem de nós,
amigos que nos vêm oferecer
algo muito valioso — a oportunidade
de entendermos que todos
têm sua maneira particular de ser
e cada pessoa é a mensagem de sua vida,
e que tudo é válido,
entre acertos e desacertos,
no concerto de valores.
Procuremos ser simples,
humildes,
autênticos e deixemos que
os outros também ajam
da mesma forma,
dizendo o que pensam das nossas
palavras e dos nossos atos.
Não mudaremos o nosso modo de ser,
não trocaremos nossa personalidade;
mas poderemos aprimorar
o que somos e o que sabemos,
se concordarmos em discordar
sem brigar.
TEXTO DE: Cenyra Pinto