3 de jan. de 2013


Um famoso ditado Sufi diz: 
aquele que conhece os outros, é erudito; 
aquele que conhece a si é sábio.
Ser erudito é fácil, para ser sábio 
tem que ter vísceras, coragem.
Por que?
Por que no mundo é preciso ser corajoso 
para conhecer a si?
Existem razões.
A primeira razão é: 
existe um medo de que se você mergulhar em si mesmo, 
poderá não encontrar alguém lá...
E de certa maneira este medo está certo.
Você não vai mesmo encontrar alguém lá.
Esta apreensão está certa.
Alguma coisa vai ser encontrada lá, 
mas é algo que não se define, 
é algo que não se expressa em palavras.
E este algo não é sua posse; 
este algo é tanto seu quanto é de todo mundo.
Você encontrará algo, mas será o centro universal.
Você não encontrará qualquer indivíduo lá, 
nenhum ego será encontrado.
Por isto, o medo.
Você irá desaparecer.
No auto-conhecimento você 
irá desaparecer completamente.
Por isto as pessoas conversam a respeito dele, 
perguntam a respeito dele, 
lêem livros a respeito, mas nunca entram.
Um medo inconsciente impede seu caminho.
Quem sabe no que você vai tropeçar 
quando mergulhar em si?
Pesadelos, monstros...
Quem sabe o que está lá dentro?
Por que abrir a caixa de Pandora?
Mantenha-a firmemente fechada e sente-se em cima.
Isto é o que todo mundo está fazendo.
E, sob certo sentido, o medo está certo, 
mas somente sob certo sentido.
No começo você encontrará baratas, rinocerontes, 
répteis e todo tipo de coisas horríveis, 
porque estas são as coisas que você esteve reprimindo 
em si mesmo, estas são as coisas que você não permitiu.
Você reprimiu a raiva, o ciúme, a possessividade, o ódio.
Você reprimiu a violência e o assassinato.
Todas estas coisas estão ali.
Esta é a barata que está dentro de você.
A violência tornou-se uma perna, a possessividade 
tornou-se outra e o ciúme uma outra mais...
Quando mergulhar dentro de si, 
você terá que encarar tudo isto.
Naturalmente, esta não é a história toda.
Se você puder encarar a barata, se você puder ir 
cada vez mais fundo, sem qualquer medo, 
e observar tudo o que estiver acontecendo, 
e lembrando-se que eu sou apenas um observador, 
uma testemunha a tudo isto, eu não posso ser a barata 
porque eu posso ver, o que você consegue ver não é você.
Guarde isto como uma chave, uma lembrança constante:
 tudo o que você vê, não é você.
Você vê a raiva?
Então você não é ela.
Você vê a fome?
Então você não é ela.
Você vê a sexualidade?
Então você não é ela.
Você é aquele que testemunha tudo isto.
Lembre-se da testemunha e, pouco a pouco, 
todas as baratas desaparecerão, assim como 
todos os rinocerontes e tudo o mais que é feio.
O testemunhar é um fenômeno tamanho 
que dissolve tudo que é feio.
Pouco a pouco, somente a testemunha permanece.
                   Mas esta testemunha não será você; ela é Deus.