Vivemos num globo que turbilhona vertiginosamente no espaço e cuja posição está marcada em algum lugar do grande céu entre Vênus e Marte.
Há neste fato alguma coisa que dá o que pensar. Embora a distância que
nos separa desses dois astros seja tão imensa, o homem a calculou com
uma exatidão surpreendente e, no entanto, esse homem é incapaz de
medir o alcance da sua própria mente!
Ele é um mistério para si próprio, um enigma que permanece insolúvel até a hora em que o frio abraço da morte chegue...
Não é irônico pensar que a alma do homem é menos acessível às pesquisas do que a Terra onde mora? Não é estranho que o homem, tão absorvido em estudar a face do mundo, só em época relativamente recente haja pensado em conhecer o mundo que está nele? Por que ele se preocupa tanto com a marcha do Universo que, além do mais, não cabe a ele dirigir, enquanto ele deve dirigir-se a si mesmo?
O sistema solar gira muito bem sem sua ajuda... Vive! Morre! O Universo não se alarma, nem se altera... escreveu Zangwill, o inteligente e sábio pensador.
O homem, porém, não aprecia muito essa verdade mordaz, porque sabe mais coisas sobre o funcionamento do seu automóvel do que do seu próprio ser.
No entanto, os antigos ensinaram e sábios do nosso tempo confirmaram que no imo da consciência existe um veio do mais puro quilate, veio de ouro resplandecente!
Não será então mais sábio se fizermos dessa busca nosso primeiro cuidado?
Pense nisso!!
do livro: “O Caminho Secreto” – Paul Brunton - Ed. Pensamento