CHEGUE NA PAZ

23 de jul. de 2011

Por trás das rugas

Amor maduro, amor mais puro?
O tempo, por certo o faz mais seguro
Depois da paixão, do fogo juvenil
Somam-se outros carinhos mil
Não são palavras vazias
Já se foram tantos dias
De corpos em chamas e paixões
Aquecem-se depois os corações
Na maturidade aconchegante
Há tanto ou mais de radiante
Na beleza de um toque quente
Que o é não pela idade ardente
Mas pelo calor que emana
De um jogo que começou na cama
Que na cama continua e além dela
Como sol que invade pela janela
Aquece iluminando toda a casa
E tal um anjo que sob uma asa
Guarda a vida jovem da alma
Voa quarto por quarto em calma
Aspergindo gotas de carinho
Continuando a mostrar o caminho
Do amor que não se esquece
Nem se vai nem arrefece
Foram-se as horas de flamejante sexo
O amor recria côncavos e convexos
Verdadeiro, ele é lastros em toda idade
Sem nem mesmo sentir saudade
Tempo ido... suor diminuído
Tempo chegado... amor reconstruído
Quando o tempo amarfanha
O amor maduro é o que se ganha.

(Lizete Abrahão)