CHEGUE NA PAZ

9 de fev. de 2011

Devaneios

Sonho.
Abusadamente... absurdamente...
Sonho!
Pois não sonhei ter vindo o poeta?
Cavalgando linda pena
Sem armaduras... para que?
Suas armas são as palavras!

E veio de longe!
Não!... parecia ser de longe...
Mas num átomo, saiu da sacola
Juntou os pedaços... rejuntou-se todo
E sentou-se junto à mim...
À meus pés
No banquinho de madeira
- Da minha sala
Imaginem... ao lado do meu pc!

E o poeta falou.
Segredou-me fatos.
Os fragmentos, lembrou-me
Tudo estava bem guardado!

Falou-me de sua arte...
Da arte de falar...
Do dar sem a entrega...
Do vazio de não ter...
Do amor unilateral...
Do amor solitário...
Do elo de cristal...
Do pensar em alguém...
Que não se tem.

Falou-me de um encontro...
Que eu já nem lembrava ter marcado!
Séculos se passaram...
Mas não falhei... eu vim!

E o poeta, lépido
Dardejando qual borboleta
Disse-me ser tudo possivel!

Falou-me da paixão
Falou-me de sonhos...
Da paixão do poeta - que alimenta o amante.
Dos sonhos nossos - que fazem viver outros sonhos.

Ah! quimeras... devaneios!...
Seria, afinal - apenas um sonho?
Ou... o poeta esteve aqui???

Delasnieve Daspet