15 de jan. de 2011

Poesia: Ambigüidade

Sou!
Sou um mundo em miniatura
Microscópica na aparência
Ciclópica nos sonhos.

Sou!
Sou herdeira da luz infinita
Do amor
Da maldade
Da amizade
Da inveja.

Sou!
Sou heroína
Sou bandida
Sou perdedora
Sou vencedora planetária.

Tivergeso
Por isso sou!
Sou pranto
Sou riso
Delínquo...
Sou bondade.

Sou ventura
Sou radiosa
Sou força
Sou vacilante
Sou propensa ao mal...
Sou fatuidade.

Sou vento que açoita
Sou a flor que se abre
Sou o útero que abriga
Sou a noite negra das trevas
Sou o luar que ilumina.

Sou a estagnação
Sou o poder
Sou a inércia
Sou fértil
Sou pântano estéril
Sou o campo verde
Sou o peito que amamenta.

Ambigüidade
Dor e dever
Sou o sol que aquece
Sou a água que dá vida
Sou pensamento
Que navega pelos ares
Pelos mares
Pelo éter!

Sou satélite que gravita
Que permanece na morte e na vida
Prolongando o momento diáfano
Do encontro final
Sou melodia em surdina
Depois num crescendo
Sou o êxtase!

Sou o aroma
O cheiro
A flor
O pólen
A luz
O átomo
Sou eu
Sou você...
Somos nós!

Delasnieve Daspet