Vivemos na Terra tempos muito difíceis. A maldade de alguns indivíduos é audaciosa e intimidadora. Parece que a humanidade está retrocedendo aos tempos de barbárie e nada se pode fazer para deter esse estado de coisas. Em quase todos os setores da sociedade vamos encontrar vestígios da violência em suas mais variadas expressões. E por que isso acontece? Será que a humanidade é formada, em sua maioria, por pessoas más? Onde estão as pessoas de bem? Em “O Livro dos Espíritos”, Allan Kardec propôs a seguinte questão aos sábios do espaço:
- Por que, no mundo, tão amiúde, a influência dos maus sobrepuja a dos bons? E os benfeitores responderam:
“- Por fraqueza destes. Os maus são intrigantes e audaciosos, os bons são tímidos. Quando estes o quiserem, preponderarão.”
A resposta nos faz perceber claramente porque a humanidade está como está. Os maus são intrigantes e audaciosos e por isso intimidam os bons. A timidez dos bons é a grande responsável pelo atual estado de coisas da nossa sociedade terrena. Impressionante como as pessoas de bem se deixam levar por essa onda de violência intrigante. O depoimento de algumas pessoas publicado em uma revista de grande abrangência em nosso país, por ocasião do atentado na Rússia, fala-nos dessa realidade. Uma mãe chegou a desabafar:
“- Diante de tantas atrocidades cometidas contra nossas crianças, só me resta pedir desculpas aos meus filhos. Coloquei-os no mundo e agora não tenho como protegê-los de tanta violência.”
É compreensível o desespero dessas pessoas, pois esse é o efeito esperado e premeditado pelos maus. E quando falamos dos maus não nos referimos unicamente aos terroristas. Existem muitos indivíduos maus se aproveitando dessas situações. O pavor e o desespero gerado na população é o componente perfeito para a ação dos maus. Um povo intimidado, desesperado e impotente é tudo o de que precisam os que querem tirar proveito disso. No entanto, os benfeitores espirituais, que percebem a realidade de um ponto de vista abrangente, sabem que a solução depende dos bons, ao afirmarem: “quando estes o quiserem, preponderarão.” Só que muitos dos que se dizem bons, e alguns religiosos de várias crenças estão ocupados em defender o seu “bem” exclusivo, atirando fora todo bem que não seja praticado pelos de sua religião. Ou os bons assumem a sua bondade, ou não são bons. Jesus jamais se omitiu diante de qualquer situação. Sempre se posicionou favorável ao bem, sem se importar com quem o praticava. Em resposta aos discípulos que haviam proibido um homem que expulsava os demônios em nome de Jesus, mas não o acompanhava, Jesus disse-lhes, com sabedoria: “não o proíbam, porque quem não é contra nós, é por nós”. Isso é levantar a bandeira do bem acima de tudo. O bem é o bem. Isto apenas. Quem prega o contrário, não pode estar movido por boas intenções. São chegados os tempos em que precisamos assumir a nossa posição. Precisamos mostrar de que lado estamos: do lado de Deus ou de Mamom. Em tempos de tanta violência, corrupção e falta de ética, não temos o direito de permanecer em cima do muro. Precisamos nos decidir. Se dissermos confiar em Deus, é momento de assumir essa confiança. A confiança de que toda árvore que nosso pai não plantou será arrancada, conforme ensinou Jesus. E a violência certamente não é árvore plantada pelo Criador. Portanto, é hora de fazer luz. É hora de somar as boas qualidades e fazer valer o bem que desejamos. É hora de altear bem alto a bandeira do bem, para que o bem sobrepuje o mal. Para que a luz afugente as trevas. Pense nisso e considere que basta apenas querer.
Redação do Momento Espírita, sobre questão 932 de O Livro dos Espíritos e no Evangelho de Lucas, cap. 9,50.