7 de nov. de 2010
O relógio afetivo
Casamento, relacionamento, amor e fraternidade são situações distintas; e, podem ou não estarem em equilíbrio. O casamento é um contrato jurídico (eixo material) que foi projetado através do relacionamento (eixo mental) e/ou amor (eixo sentimental) que podem ou não desenvolver harmonia entre si ou com a paz interior, compreensão e fraternidade (eixo transcendental). Óbvio que quando todos esses universos estão em equilíbrio temos nosso bem estar, vivemos com alegria e fidelidade, educamos com maestria os filhos, adquirimos propriedades, prosperamos, somos felizes; assim, percorre-se o Caminho do Prazer ou da Evolução que foi relatado no livro "Onde está minha felicidade? Editora Nova Era". Agora, quantas pessoas casam em situação de gravidez sem estarem preparadas ou uma das partes não desejarem? Muitas. Quantas pessoas pensam que o casamento traz o amor do parceiro, que basta um amar? Outras tantas. Quantas juram amor, fidelidade, eternidade e, depois, traem, humilham, abandonam? Mais um monte. Quantos divórcios existem em que a contínua vingança e rancor não deixam a vida continuar e os filhos serem felizes? Milhares. Quantas pessoas trocam o “amor” de seu casamento pela “paixão” ao trabalho? Tudo bem quando se ama os dois ao mesmo tempo, mas a relação tem que ter a prioridade do “amor”. Contudo, são bases erradas de qualquer relacionamento; pensar o contrário é viver em ilusão e no Caminho da Dor que, também, foi relatado no livro "Onde está minha felicidade?". Minhas avós sempre diziam: antes de casar, sussurramos: “meu bem...”, depois da separação, clamamos: “meus bens!...”. Ou seja: casamento não é garantia de felicidade; o amor não é compromisso do matrimônio; os filhos nunca serão a segurança de uma união duradoura. Também, só o amor ou a paixão não basta para nutrir uma união cível, principalmente quando este “amor” só pertence a uma das pessoas, seja por possessividade ou porque somente uma tenha o clamor pela outra. Amor, carinho e afeto devem ser uma via de mão dupla, vai e vem. Quando um não quer, dois não fazem, já diziam minhas avós. Ou seja: o amor é indivisível, não podemos amar por dois, cada um deve amar a seu modo, cada qual estabelecer os limites de suas prerrogativas afetivas e aceitar o outro como ele é, não como nós queremos que ele seja. Todos sabem, ou deveriam saber, que o amor e o sexo se transformam em afeto, depois em carinho, cumplicidade e terminam numa relação fraternal. Loucos os que perseguem a paixão a vida inteira ou que saem de uma relação à outra sem se importarem com os estragos que deixaram para trás. Na realidade nunca irão estabelecer um compromisso porque não desejam viver o universo material, só o sentimental. Somente quando o casal consegue estabelecer metas em comuns, afetividade mútua, expressão verdadeira de suas almas, respeito e tolerância nas diferenças, é que eles conseguem preservar o casamento baseado na felicidade; pois se alcança a fraternidade e o respeito. Quando estivermos preparados para entender que ao contrair um matrimônio assinamos apenas um contrato jurídico e não uma posse afetiva ou a eternidade do relacionamento, já estaremos muito mais próximos de garantir a segurança e paz interior.