30 de jul. de 2010
PEDIDO DE DESCULPAS
Nós, representantes da raça Homo sapiens, queremos através desta, pedir desculpas às criaturas irracionais que habitam este imenso planeta.
Pela nossa inabilidade em conservar, usufruir sem degradar e utilizar racionalmente os recursos naturais do meio ambiente, destruindo em poucos dias, o que a Natureza leva milhões de anos para construir.
Perdoem-nos pela nossa falta de sensibilidade, quando abandonamos cadelas e gatas prenhas, filhotes e animais velhos nas ruas ou nas estradas para morrerem mais depressa.
Eles sucumbem aos poucos, por doenças, tristeza e abandono e vemos todos os dias centenas de corpinhos, estirados nas margens das estradas.
Pedimos perdão pela nossa falta de consciência, ao aprisionarmos animais em jaulas ou gaiolas, privando-os do bem mais precioso: a liberdade.
Perdoem-nos pela nossa voracidade em utilizar seus corpos como alimento, obrigando-os a uma vida cheia de privações, sem o mínimo conforto, apenas para saciar a nossa gula primitiva.
Pedimos desculpas pela nossa falta de ética crônica ao utilizarmos suas vidas em experimentos laboratoriais, quando existem outras alternativas.
Pedimos desculpas por utilizar sua força em nosso proveito, trabalho nem sempre necessário.
E muitas vezes apenas para nosso divertimento, como nos rodeios, circos, touradas e outras festas que martirizam os animais, apenas para a diversão mórbida de alguns.
Pela nossa falta de respeito às espécies, deixando muitas chegarem à completa extinção por causa da caça predatória, da matança para comércio ilícito de peles e penas, ossos e marfim a fim de confeccionar amuletos inúteis.
Perdoem-nos pelas queimadas criminosas que poluem o ambiente e ceifam milhares de vidas silvestres.
Perdoem-nos pela nossa falta de misericórdia, pela violação dos santuários ecológicos, pelo desmatamento, pela pesca indiscriminada e pela poluição dos rios.
Perdoem-nos pelos derramamentos de petróleo nos mares, pelas aves agonizantes que morrem sem poder livrar-se do óleo, essa hemorragia negra e nefasta, que de quando em quando deixamos sangrar nos mares.
Pedimos desculpas por condená-los à frieza das grandes metrópoles, à mercê dos laçadores, e à morte, nos moldes de Hitler, nas cruéis câmaras de vácuo.
Perdoem os homens por não saberem compartilhar o planeta com os outros seres vivos, e por ignorar o que significa conviver pacificamente com a natureza.
Pobres de nós, seres humanos... Não temos idéia de que a paz, artigo em falta nos tempos atuais, está em saber viver harmoniosamente com todos os seres que compartilham conosco esta empreitada de aprendizado. E que Deus tenha piedade de nós, no dia fatídico do certeiro ajuste final de contas.