30 de mai. de 2010
Trabalhando o desapego
Eu admiro as pessoas que não se apegam afetivamente as outras, ou que se apegam a várias pessoas de formas diferentes. O desapego não é o desgostar. O desapego é uma forma de gostar diferente, talvez sem cobranças, sem compromisso, mas também sem amor. Trabalhar o desapego é complicado, por mais que eu queira isso. Não me vejo em um relacionamento sem aquela pontinha de ciúmes. Quer coisa melhor um pouquinho de ciúme para te dar a certeza de que a pessoa amada gosta de você? Além do que faz bem para o ego. Talvez se eu pudesse mandar em meus sentimentos, eu escolheria a dosagem certa de quanto gostar de uma ou de outra pessoa, quem merece ou não merece, mas infelizmente no coração ninguém manda, as pessoas chegam, se apresentam, entram nele com um convite vip, se acomodam, e do nada resolvem ir embora, deixando seu coração vazio. Por isso acho que o desapego é uma forma válida de gostar, assim ninguém sofre, ninguém abandona ninguém, e, principalmente, ninguém brinca com os sentimentos de ninguém. Porém eu ainda prefiro me apegar as pessoas, sentir o calor do coração humano, sentir a felicidade da vida. Sofrimento faz parte da vida, querendo ou não todo mundo passa por algum um dia. Não me imagino em um mundo sem o apego, sem a troca de carinho, e sem o amor. Não existe nada melhor do que amar. Dizem que ser amado é melhor, mas eu não acho. Amar é sentir o coração aquecido, suspiros do correr de um dia agitado, lembrar de alguém que se gosta. Não tenho dúvidas, prefiro mil vezes amar, se der para ser amado é muito bom também, mas a vida não é perfeita para ninguém. Prefiro me apegar, a passar pelo desapego e só conhecer a superficialidade das outras pessoas. Fica aqui a minha admiração para as pessoas que conseguem praticar o desapego, e também os meus sinceros votos de felicidade em um mundo sem amor, sem dedicação, sem carinho verdadeiro.
Por: Renato Cardoso