27 de dez. de 2024



Como é difícil amar alguém que, simplesmente, não nos dá um único motivo pra isso. É um tal de esperar a mensagem que não vem, a atenção que é negada, o carinho que é só um vazio. 

A gente se pergunta: por que é tão difícil desistir de quem parece nem estar aí pra gente? Amor deveria ser sobre troca, sobre dar e receber. 

Não digo que o amor seja uma matemática exata, onde tudo é medido, pesado, calculado. Mas, peraí, também não é pra ser uma via de mão única, onde só um lado se doa, se esforça, se desdobra.

Amar alguém que não te dá motivos é como regar uma planta que já secou. Você até vê beleza nos galhos nus, na esperança de que, um dia, ali brote uma folha, uma flor. 

Mas, a realidade é que, às vezes, não importa quanto carinho, água, ou sol você dê, algumas coisas simplesmente não florescem. 

Não é questão de desistir do amor, mas de entender que amor próprio também conta. 

Quem não te dá motivos pra amar, quem te ignora, te deixa em segundo plano, quem não se importa com seus sentimentos, talvez não mereça esse amor que você está oferecendo. 

E sabe o que é mais louco? A gente acha que vai morrer se desistir dessa paixão unilateral. Mas, não. A gente respira, a gente sobrevive, e mais que isso: a gente aprende. 

Aprende que amor próprio não é egoísmo, é necessidade. Amar alguém deve ser uma fonte de alegria, não de constante questionamento e dor. 

Ei, você merece alguém que te dê motivos de sobra pra amar, todos os dias. Alguém que faça o amor parecer fácil, leve, recíproco.

Porque, no fim das contas, amor é sobre completude, não sobre vazios. 

(Edgard Abbehusen)