7 de out. de 2024

 



“Sou filha de um tempo simples, em que a conta de telefone custava caro, e a gente escrevia cartas enormes para os amigos nas férias. 

As fotografias eram reveladas depois que o filme de 36 poses acabava, e as músicas eram gravadas em fitas, que a gente presenteava quem amava. 

Tudo era mais difícil, mais demorado, mais suado... mas a gente era dono da própria situação. 

Se tinha que resolver um assunto, era olho no olho, cara a cara. 

Se queria dar um tempo, vestia um pijama e esquecia. 

Era preciso mais paciência com as demoras, mas havia uma liberdade, uma possibilidade de não ser encontrado, uma alegria no anonimato e um respeito pela própria ordem interna que recompensava todo o resto...”

(Fabíola Simões)