Vivi numa época onde os avós eram tratados por "senhor" e "senhora" não por "velho" ou "você".
Vivi numa época onde se tomava a bênção aos pais todos os dias antes de dormir, ainda que eles tivessem nos colocado de castigo ou dado uma chinelada.
Vivi numa época onde se dividiam os brinquedos e os lanches na escola.
Vivi numa época onde "depressão" era chamada de "quebranto", e criança triste era curada com comida boa, com "sustança".
Vivi numa época onde pais não cansavam de ensinar aos filhos, filhos pediam permissão, se arrependiam.
Hoje vivo numa época, onde as crianças disputam status, manipulam e mentem, em alguns casos com o conhecimento dos pais.
Hoje vivo numa época onde netos roubam avós, falsificam suas assinaturas e julgam inútil sua sabedoria.
Infelizmente vivo numa época onde filhos guardam mágoa dos pais, pais dos filhos e ninguém se perdoa nunca.
Vivo numa época onde as pessoas não se tocam, portanto não se suportam, e no primeiro embate na rua, se matam.
As pessoas não se conhecem mais...
Tem paciência para ligar um computador que travou, quantas vezes for preciso, mas não tem paciência pra descerem do carro e perguntar o que houve e como o outro está se sentindo, antes de partir pra cima.
Vivo dias onde remédios são a solução para tudo, e ninguém se
lembra mais do carinho de um chá, uma sopinha e um sorriso.
Vivo dias cheios de um passado bom, mas perspectiva de um futuro melhor, só mesmo com a ajuda de Deus.
Deus Abençoe o futuro de nossas crianças...
(Jackye Monteiro)