É algo que mexe por dentro, sem motivo ou razão aparente. Como se a presença, o som da voz, a troca de olhares ou a simples lembrança mexesse algo dentro de nós que despertasse a alma.
Assim como o raio de sol nos desperta pela manhã, essa pessoa nos acorda o espírito. Algo silencioso e invisível, que possui uma força de atração que paira no ar. Não só a atração física que faz os corpos se desejarem, mas o magnetismo que atrai as almas afins uma para a outra, como a força do destino que empurra os Seres destinados a se encontrarem.
Encontros assim são raros, é verdade. Geralmente carregam memórias do passado e sentimentos lapidados ao longo do tempo. São encontros que fogem ao comum.
Quando alguém nos acende a alma relembramos a força do sentir. Entendemos que o sentido da vida vai para além de rotinas e conquistas. Não que ele se resuma em uma pessoa, mas esse contato nos desperta, reaviva o nosso olhar e nos faz enxergar a vida com uma nova cor, um novo tom.
Quando alguém nos ajuda a acender a alma, acende também toda a nossa existência e o que a envolve. É uma luz interna, um fogo que não queima. Não o fogo das paixões egóicas, e sim a chama que aquece os seres, trazendo o calor do aconchego e da segurança.
Não são só as pessoas e as relações que nos acedem a alma e nos despertam para um novo sentido, cada qual pode fazer isso por si, através de vários caminhos. Mas encontrar alguém que cause isso em nós e que compartilhe do mesmo efeito é estabelecer uma parceria de luz.
Quando duas pessoas se esbarram e suas almas se acendem podem ter certeza que ali encontraram o amor.
(Alexandro Gruber)