Colocar pontos finais, dói.
Mas é sempre preferível concluir histórias falidas a continuar vivendo algo que não nos faz feliz de verdade, apenas pela esperança de que um dia o enredo possa mudar.
Porque algumas histórias não mudam. E então nós precisamos ter a coragem de mais do que virar a página, trocar de livro.
A gente as vezes posterga finais necessários. Porque custamos a acreditar que algumas histórias não terão o final que gostaríamos. Por isso nunca é fácil encerrar um ciclo, nunca é fácil entender que um vínculo com alguém terminou, que uma fase da nossa vida se fechou. Dói admitir o final e assusta a incerteza do recomeço.
Mas é isso que nos cura. Pois ninguém pode se curar permanecendo no mesmo lugar e ao lado da mesma pessoa que lhe fez adoecer. A cura exige um processo de afastamento, de desintoxicação, de eliminação do que não é necessário e de abertura para o novo.
Um ponto final dói, mas a vivência de uma história que não nos faz feliz dói muito mais. É a contínua dor de uma esperança ilusória que nos fere no presente em nome de um amanhã melhor que provavelmente nunca virá.
Temos que admitir. Certos enredos a gente já conhece. Certas histórias a gente sabe onde vai dar. Certos personagens da nossa vida nós já temos ciência do que podem nos oferecer. Tem momentos que tudo o que precisamos é da ousadia de trocar o conhecido, por outras histórias. Histórias imprevisíveis, mas libertadoras.
Porque todo mundo pode escrever um novo capítulo, desde que nunca esqueça de pôr os pontos finais certos em histórias que já tiveram o seu final!
(Alexandro Gruber)