Que eu leve vida afora os meus começos, pra eu nunca me perder de mim.
Que eu desacelere o passo pra ver passarinhos voando, crianças brincando e a vida acontecendo, e que eu tire as pilhas do relógio só pra ficar mais um pouco, me demorar mais um tanto.
Mais tarde, quando o tempo romper, que eu me distraia com as borboletas, veja o despertar e o adormecer do dia, sente na varanda pra ver a noite chegar.
E me sinta feliz e agradecida pelo despencar da chuva e pelas estrelas que eu devolvo ao mar.
Mais tarde, quando o tempo romper, que eu relembre, com um sorriso no rosto, os meus momentos mais ternos e os amores que a vida me deu.
Que o suspiro seja suave, que o respirar seja mais leve e que os meus olhos ainda sejam capazes de enxergar mais profundo.
Que eu não deixe de gostar das coisas simples...
(Eunice Ramos)