Sou feliz com a paz que me invade quando não preciso de me justificar e inevitavelmente infeliz sempre que não encontro justificações para o que és e fazes.
Sou feliz com os sons que uso, porque sou feita de muitos, mas sabendo que nunca o serei com os barulhos ensurdecedores que te envolvem, por estares demasiado virado para o mundo exterior.
Sou feliz incluindo-me em cada decisão e escolha, algo que te viste sempre incapaz de fazer. Sou feliz sem qualquer esforço e dependendo apenas de mim, porque sou capaz de acordar e adormecer sozinha, mas sempre comigo.
Somos seres adaptáveis, mesmo que nos envolvamos em hábitos e rotinas.
Somos maleáveis e capazes de mudar até de quadrante, se o lugar e o sentir não forem os que nos representem, mas não o seremos todos, uns quantos, alguns de nós, nos dias de hoje muitos mais do que o desejável, não mudam, não refletem e reincidem, porque repetir é simples e não obriga a esforços desmedidos.
Somos cada vez mais egoístas, mas tendemos a exigir muito dos outros. Somos ingratos com os que nos respeitam, mas enchemos de "tudo" os que nunca nos darão nada que permaneça.
Somos uma geração demasiado devastada emocionalmente, mas não vou dizer que me surpreendo.
Sim, sou feliz sem ti e sê-lo-ei bem mais quando já não me lembrar do motivo pelo qual achei que poderia, alguma vez, ser feliz contigo.
(Sue Amado)