3 de ago. de 2022



Que eu não me irrite com o mundo, nem procure culpados quando o meu coração doer.

Que eu entenda que, muitas vezes, é nos momentos difíceis que eu aprendo a me conhecer.

Que eu entenda que não há manual de instruções que guie os meus sentimentos quando a vida me fizer chorar.

Que eu aprenda a agasalhar minhas emoções, dar colo ao meu coração e descansar.

Que eu saiba acolher os que passarem por mim.

Que eu compreenda que, cuidar do outro é também cicatrizar as minhas próprias feridas, porque somos todos iguais no sentir, ainda que o meu momento seja um monstro assustador.

E depois, quando a tempestade passar, que eu não me esqueça dos colos que me aninharam, dos joelhos que se dobraram por mim, das palavras que me afagaram e das mãos que me ajudaram a ficar de pé quando o meu chão se abriu.

(Eunice Ramos)