2 de mai. de 2022



A gente tem que continuar mesmo depois que o arroz queima, a água seca, o vinho entorna.

A gente continua depois de descobrir que os defeitos pioram com a idade e as qualidades viram hábito no dia a dia.

A gente tem que continuar depois do luto, da partida, da despedida, das horas frias, do caminho incerto.

A gente continua e aprende a cantar 'apesar de você, amanhã há de ser outro dia…' para o amor que não deu certo, para as falhas recorrentes, para nós mesmos que nem sempre somos aqueles que gostaríamos de ser.

Apesar de nós mesmos, de nossas fissuras e desencantos, a gente tem que continuar.

E aprendemos que ter que continuar é muito mais que traçar um caminho que justifique nossa esperança por dias melhores.

É saber deixar pra trás com sabedoria, entendendo que a vida é constituída de muitas histórias, e que finalizar um capítulo não significa dar fim ao que somos...

(Fabíola Simões)