31 de out. de 2021



Há um vão gigante entre o amor vivido e o "deixar partir o amor vivido".

Há um vazio sem fim, fica um buraco sem fim.

Como se nada mais restasse e tudo perdesse o sentido, pois não nos basta as alegrias colhidas, nem o pão compartilhado, nem a felicidade vivida dias, horas, anos a fio ao lado de quem amamos.

Queremos a presença, às vezes nem tão completa, mas queremos a presença.

Mas o amor, ainda que nas lembranças, ainda que na saudade e nas impossibilidades, continua sendo amor.

Triste ou feliz demais, perdido nas esquinas do tempo, abandonado, vivido, sofrido...

Continua sendo amor.

E nós? Uma ponte por onde ele passa.

-Eunice Ramos