Há um vão gigante entre o amor vivido e o "deixar partir o amor vivido".
Há um vazio sem fim, fica um buraco sem fim.
Como se nada mais restasse e tudo perdesse o sentido, pois não nos basta as alegrias colhidas, nem o pão compartilhado, nem a felicidade vivida dias, horas, anos a fio ao lado de quem amamos.
Queremos a presença, às vezes nem tão completa, mas queremos a presença.
Mas o amor, ainda que nas lembranças, ainda que na saudade e nas impossibilidades, continua sendo amor.
Triste ou feliz demais, perdido nas esquinas do tempo, abandonado, vivido, sofrido...
Continua sendo amor.
E nós? Uma ponte por onde ele passa.
-Eunice Ramos