22 de fev. de 2020


“Aqui tem vida”.

E não foram poucas as vezes em que observei lugares, momentos, onde senti firmemente, “Aqui tem vida”.

As janelas abertas onde cortinas dançavam livremente.

Luzes à noite, de uma casa, onde um aconchego exala no ar.

Aquele cheiro de comida, que penetra na mente e sacia o estômago.

O caminhar na terra, que recebe os pingos da chuva e devolve o perfume de lar planetário. Mal sabia eu, que era o “petrichor”, a união das palavras gregas “petra” (pedra) e “ichor” (o líquido que corre na veia dos deuses). Só podia ser coisa divina. Aí tem vida!

Lembranças boas são coisas mágicas, ficam guardadas e surgem como “presentes”, quando mais as precisamos.

São beijos na testa, gratificando memórias.

Cheiro de livro novo, “tem vida própria”, recordações de saberes adquiridos.

O quarto da mãe ou avó, inebriado de um amor que nunca morre, o talco tão gostoso, com cheiro de colo.

São sensações de “vida”, energias que ficaram condensadas na mente. Visões doces, cheiros prazerosos, sons que cunham a alma.

São tatuagens invisíveis que carregamos num corpo dentro de outro corpo. Nem tudo tem “vida”, mas se em mim, em ti, houver “VIDA”, conseguiremos senti-la, onde quer que ela esteja escondida.

“O pão acaba de sair quentinho e seu cheiro tomou conta de toda a padaria, chegou até a rua e me convidou a entrar”.

_Aqui tem vida.

Bom dia VIDA!

Estou chegando!