Regressar à Inocência
De repente, o perfume das flores faz-lhe uma visita. E de vez em quando um pássaro virá cantar uma canção e entrar por outra janela. A inocência é a única religiosidade que existe.
A religiosidade não depende das escrituras sagradas nem do que se sabe sobre o mundo. Só depende de se estar preparado para ser como um espelho límpido, que nada reflete.
Um total silêncio, inocência, pureza... e toda a existência é transformada para si. Cada momento passa a ser de êxtase. As pequenas coisas, como beber uma xícara de chá, tornam-se orações tão poderosas que nenhuma outra oração se lhes pode comparar.
Basta observar uma nuvem a mover-se livremente no céu, e da inocência surge uma sincronicidade. A nuvem deixa de estar ali como um objecto e você deixa de estar ali como sujeito. Algo se encontra e funde com a nuvem. Então começa a voar com a nuvem.
Começa a dançar com a chuva e com as árvores. Começa a cantar com os pássaros. Começa a dançar com os pavões, sem se mexer, sentado apenas, e a sua consciência começa a propagar-se à sua volta.
No dia em que a sua consciência tiver tocado a existência, a religião nascerá dentro de si, e então terá renascido.
Este é o seu verdadeiro nascimento.
(Osho)