29 de nov. de 2017


O APEGO

Quanto mais você se apega a uma pessoa, mais você sofre com sua perda.


Quanto mais você se apega a algum bem, mais você sente falta quando o perde.

Quanto mais você se apega a sua aparência, mais você sofre com o envelhecimento.

Quanto 
mais você se apega a algum objeto, mais vazio você fica quando isso vai embora.

Quanto mais você se apega a um dogma, mais você sofre por descobrir que essa suposta verdade era falsa.

Quanto mais você se apega a uma situação, mais você deixa de viver outras situações que poderiam ser proveitosas.

Quanto mais você se apega a um sentimento (como a raiva ou a mágoa), mais você vai repeti-lo dentro de ti e mais essa emoção te domina.

Quando uma situação nos proporciona um prazer repetido, isso pode gerar um apego que funciona como alicerce psicológico em nossa vida.

Aquele que se apega facilmente, faz sua vida depender do objeto de seu apego.

Apego é o caminho mais fácil: gera conforto, estabilidade e nos dá uma base… algo para nos segurar.

Mas trata-se de uma base falsa, pois tudo o que existe, um dia chegará ao fim… posto que nada se mantém eternamente.

Aquele que não imagina sua vida sem algo ou alguém, está seguindo rumo à infelicidade.

Nos apegamos a pessoas, a coisas, a situações, a ideias e até a emoções.

Mas o maior apego é sobre nós mesmos.

Não queremos morrer, não queremos nos perder, não queremos ser esquecidos.

Alimentamos o máximo nosso ego para sentir que continuaremos existindo.

Tudo aquilo com que nos apegamos, ficamos com medo de perder.

E o medo paralisa nossa vida, nos atrasa, nos prende e nos desequilibra.

O apego é um dos maiores inimigos do ser humano… ele sempre nos escraviza e nos submete.

O apegado diz: “Não posso viver sem isso”, “Não posso viver sem aquilo”.

Quando nos apegamos, precisamos sempre de mais e mais e nunca estamos satisfeitos.

Quem se apega a uma pessoa, quer sua presença a todo momento e não consegue mais viver sem ela.

Quem se apega quer, de alguma forma, suprir uma carência ou uma ausência dentro de si mesmo.

Mas é inútil, pois nossos apegos nunca poderão nos preencher.

A fé na vida é, com efeito, o oposto do apego.

Quem tem fé, não se apega a nada, não precisa de coisa alguma para se completar emocionalmente.

Aquele que coloca muitas coisas ao redor de uma lâmpada, acaba abafando seu brilho.

Libere totalmente sua lâmpada, sua chama interior, de tudo que a abafa.

Assim sua essência brilhará livremente.

Renuncie a todos os seus apegos, deixe de lado tudo aquilo que te prende… Não há outro nome… isso se chama liberdade.

Aquele que vive desprendido de tudo, sem dependências, sem vícios, necessitando do mínimo possível…

Esse é muito mais feliz.

(Hugo Lapa)