4 de mar. de 2016



Vamos praticar isto por um momento…

Sinta sua consciência ficando leve, suave e um pouco ondulante, sem forçar, mas mantendo-se muito aberto. Deixe que esse fluxo suave da sua consciência circule através de você; primeiro pela sua cabeça, onde leva embora a aspereza dos seus pensamentos de modo que eles se tornem gentis e amistosos.

Muitas vezes surge um algo de cortante nos seus pensamentos, que se origina da dor que você sente e acha que precisa reprimir ou à qual você pensa que precisa reagir ou se colocar na defensiva. Libere esta necessidade e permita a entrada daquele fluxo calmo e suave da sua verdadeira consciência. Deixe que ele flua pela sua garganta e ombros, pelo seu coração, plexo solar e abdome.

Você pode pensar nesse fluxo como um riacho ondulante que corre livremente. Ponha ênfase especial na área do seu abdome e sua pélvis e deixe a “água” fluir por aí, limpando tudo muito suavemente. Tudo o que é cortante é levado por essa correnteza.

Permita que essa energia se mova pelas suas coxas, joelhos e pernas. Veja como essa correnteza flui através dos seus pés, entre todos os dedos dos seus pés, entrando no solo, e como suas “raízes” são alimentadas pela Terra, alimentadas com força, nutrição e amparo. Sinta como a Terra, o solo sob seus pés, o sustenta. E volte para seu Lar dentro de si mesmo.

Sinta o quanto você gostaria de estender a aura ao seu redor. Sua aura, ou campo de energia, é uma extensão natural do seu ser físico. Até onde a sua alcança? O que você acha que deve ser um bom limite para ela? Sinta-se livre para deixá-la ampliar-se, pois não afetará negativamente ninguém com isto; na verdade, seu espaço também dá espaço para outros.

Sinta-se livre para vir descansar dentro de si.

Afunde-se mais no seu abdome e deixe que sua respiração o siga. Sinta como neste espaço você é amoroso e calmo, em paz consigo mesmo, e, ao mesmo tempo, possui limites muito claros, dos quais você tem uma percepção bem forte. Sua aura está em segurança com você, então deixe que ela ocupe o espaço que for conveniente para você, enquanto se sente calmo e aberto internamente.

A partir deste estado de consciência, eu o convido a observar como você lida com sua energia masculina e feminina na vida diária. Você tem a tendência a usá-las separadamente, ou de uma forma que elas não sustentem uma a outra.

A energia suave que acabo de descrever é o seu lado feminino. Ele está preocupado com os outros e pode ser empático, compreendendo o outro profundamente. Mas muitas vezes, quando você deseja usar esta energia na conexão com outra pessoa, você sai de si mesmo; você pula para fora da sua própria aura ou campo de energia, e fica perdido no da outra pessoa.

Veja se reconhece esta tendência em você e sinta o que lhe acontece energeticamente, quando faz isto. Sua energia se lança para fora e você perde a paz, o ancoramento na sua base, no seu abdome.

Falarei agora sobre a energia masculina. Há momentos em que conectar-se com outros é demais para você, impelindo-o a sair de si mesmo e abandonar sua base. Isto não é confortável e algo está fora de equilíbrio. Ao mesmo tempo, sua aura precisa ser fechada e você precisa voltar para o Lar dentro de si mesmo.

Mas parece que sua única opção é estabelecer sua energia masculina de uma forma firme, dura, quase como uma armadura ou um muro, a fim de impedir que ela escape. E devido a certas emoções alojadas no seu interior, como insatisfação, raiva e frustração, você ergue uma barreira defensiva.

Mas observe o que isto lhe causa, como você se sente internamente. Veja o que lhe acontece quando você faz isto, mas observe-o calmamente e com certa curiosidade: “O que isto provoca em mim? Uma sensação opressiva ou libertadora?” Infelizmente, a natureza de uma reação defensiva vai contra a fonte natural e calma no seu interior.

Este padrão se repete com muita frequência em você, trabalhador da Luz, que nasceu com uma sensibilidade naturalmente elevada e que se identifica facilmente com outras pessoas. Devido ao seu papel de pioneiro da consciência, você tende a dar demais de si mesmo, na esperança de que haja uma ressonância, um reconhecimento, uma sintonia com o outro.

Quando esta conexão não se realiza – o que acontece muitas vezes na sua vida – isto acarreta uma dor interna: desapontamento, frustração, raiva, ressentimento, ou solidão. Então, você geralmente leva sua energia masculina a se fechar, e isto é algo limitador e o faz sentir-se ainda mais só. Fazer isto não é uma forma de ampliar seu espaço – de estabelecer seus limites de um modo natural; pelo contrário, é fechar e afastar sua energia do seu espaço.

Eu o incentivo a usar sua energia masculina e feminina de um modo diferente. Você percebeu, há pouco, que é possível sentir-se totalmente em casa e ancorado dentro de si mesmo. Sinta isso de novo, descendo àquele espaço mais uma vez. É possível permanecer lá, mesmo enquanto interage com outros.

Isto quer dizer que você deixa de tentar ativamente mudar as coisas; você percebe sua necessidade de controle ou reconhecimento e não sai mais de si mesmo para tentar ganhar o direito de existir. Porque é isto que você quer conseguir com a necessidade excessiva de doar e se conectar com outros.

Você deseja ver seu direito de existir confirmado pela outra pessoa; deseja ver que ela quer que você seja como você é verdadeiramente.

É natural que uma criança tenha este desejo, mas um ser humano espiritualmente maduro cuida das necessidades e desejos da sua criança interior e realmente confirma e reconhece o direito dela existir – e faz isto muitas e muitas vezes, sempre que está aberto aos impulsos dela e consciente de suas necessidades enquanto interage com o mundo ao seu redor.

Agora se conecte conscientemente com seu campo de energia; esteja completamente presente dentro de si mesmo e sinta sua criança interior no seu abdome. Inspire suavemente e perceba como a luz preenche sua aura, seu espaço. Este é um espaço sagrado. Você tem a capacidade de observar e ver sua essência interior, sua própria beleza e sabedoria, seu próprio valor e amor.

Se você possui uma tarefa na vida, esta é a de ver, apreciar e aceitar sua própria força, a joia que você é. Isto desperta a consciência do Cristo em você, que por si só se irradia para os outros, e que não é algo que você tenha que conseguir através de esforço ou luta. Esta é precisamente a arte de tornar-se profundamente enraizado na sua própria base e permanecer no seu próprio ser.

Isto, inclusive, é literalmente a solução para os velhos traumas que você carrega dentro de si, pois você pode acalmar a carga emocional desses traumas ao encontrar o equilíbrio entre a energia masculina e a feminina.

A energia masculina traz você de volta para si mesmo, ajuda-o a se desobrigar e fazer distinção sempre que necessário.

A energia feminina é a sua bondade, sua capacidade de se conectar com outros, de entender, compreender.

Numa situação ideal, a energia masculina e a feminina trabalham juntas como uma só. O trauma sempre ocorre quando você se separa da sua base, porque quando você está fora de equilíbrio, afastado de si mesmo e fragmentado, a dor da rejeição – especialmente a rejeição emocional – pode afetá-lo tão profundamente, que você se sinta dilacerado pelos seus sentimentos. 

Através da observação interior e terapia de regressão profunda, você pode chegar a conhecer muito sobre traumas passados, e isto geralmente é útil para adquirir maior percepção.

Mas a essência de toda a cura e autocura é o retorno a si mesmo, é acolher seu próprio eu e reconhecer seus limites, mantendo-se, ao mesmo tempo, gentil, calmo e aberto internamente. E, ao permanecer consigo mesmo, você é capaz de fazer muito pelos outros através do que você é e daquilo que você emana.

Permaneça silenciosamente consigo mesmo mais uns instantes. Relaxe e ouse ser quem você é – você é belo!

A energia do Cristo desperta em você. Sinta a presença do Cristo no seu espaço interior.

© Pamela Kribbe