30 de mar. de 2016



Deixem-me envelhecer 
sem compromissos e cobranças,

Sem a obrigação de parecer jovem 
e ser bonita para alguém,

Quero ao meu lado quem me entenda
e me ame como eu sou,

Um amor para dividirmos tropeços
desta nossa última jornada,

Quero envelhecer com dignidade, 
com sabedoria e esperança,

Amar minha vida, agradecer 
pelos dias que ainda me restam,

Eu não quero perder meu tempo
precioso com aventuras,

Paixões perniciosas que nada 
acrescentam e nada valem.

Deixem-me envelhecer 
com sanidade e discernimento,

Com a certeza que cumpri
meus deveres e minha missão,

Quero aproveitar essa paz 
merecida para descansar e refletir,
Ter amigos para compartilharmos 
experiências, conhecimentos,

Quero envelhecer sem temer 
as rugas e meus cabelos brancos,

Sem frustrações, terminar 
a etapa final desta minha existência,

Não quero me deixar levar 
por aparências e vaidades bobas,

Nem me envolver com relações
que vão me fazer infeliz.

Deixem-me envelhecer, 
aceitar a velhice com suas mazelas,

Ter a certeza que minha luta 
não foi em vão: teve um sentido,

Quero envelhecer sem temer 
a morte e ter medo da despedida,

Acreditar que a velhice é o retorno
de uma viagem, não é o fim,

Não quero ser um exemplo, 
quero dar um sentido ao meu viver,

Ter serenidade, um sono tranquilo 
e andar de cabeça erguida,

Fazer somente o que eu gosto, 
com a sensação de liberdade,

Quero saber envelhecer, 
ser uma velha consciente e feliz!!!

(Conchita Weber)