23 de jun. de 2015


A HUMILDADE

Para muitas pessoas ser humilde é a depreciação de si mesmo, ou uma falsa modéstia, ou ainda um atitude, uma postura. Eu não concordo. Penso que a humildade implica o conhecimento do que, e de quem somos, e também do que e de quem não somos. E principalmente a serviço do que e de quem estamos. Por isso, a humildade é virtude exemplificada pelos sábios, e pelos santos. 

Vivekananda filósofo e mestre indiano, disse certa vez que podemos encontrar mais humildade num rei vestido com roupas finas e bordadas a ouro, do que num mendigo vestido com andrajos. Se o rei estiver a serviço dos seus súditos será humilde naturalmente, e será um servidor amoroso e justo do seu semelhante, e o mendigo apesar da aparente humildade e despojamento, pode ser prepotente e invejoso, e ter profundo orgulho de cada buraco existente em suas vestes. 

Precisamos estar atentos a falsa humildade, a baixeza, que é o contrário da honradez. Sem dúvida a humildade é indispensável na busca da Verdade, do autoconhecimento e da felicidade, porque nos liberta das ilusões que temos sobre nós mesmos. É fundamental para aqueles que com honestidade e lucidez procuram conhecer seus defeitos, limites, talentos e virtudes. 

Saber dos próprios defeitos e limites evita a soberba e permite que encontremos maneiras de supera-los, e reconhecer os talentos, dons e virtudes confere autoestima, autoconfiança e correto exercício do poder pessoal. Ser humilde não é humilhar-se, mas ter a capacidade de perceber que tem muito que aprender e fazer melhor, e procurar faze-lo sempre que a ocasião se apresentar. Somente a humildade nos possibilita admirar e enaltecer a grandeza e o talento alheio. Ad - mirar, "ad" é um prefixo que indica movimento de dentro para fora, admirar portanto, é olhar de dentro para fora. Enxergar com os olhos da alma. 

O prepotente, e pretensioso sofre devido a sua vaidade e pequenez porque não consegue suportar que alguém possa ser tão ou mais belo, capaz, ou talentoso que ele. Então, tende a competir, chega mesmo a sentir-se afrontado e ameaçado com o brilho do outro, e consequentemente empenha-se em encontrar defeitos que diminuam e empanem a luz, daquele que é visto por ele como um rival. 

A humildade nos capacita para reverenciar e também para reconhecer o ridículo do auto- engrandecimento, de pretender ser o que não somos e a ignorância e mesquinhez da inveja.

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