26 de mai. de 2015


O amor não é para os covardes. Amar exige de nós a coragem de renunciar, perdoar, dissipar mágoas, e repudiar as armadilhas do egoismo. Para amar verdadeiramente temos que desenvolver nosso poder de superação, por mais justificáveis que possam ser nossos ressentimentos e queixas. Porém, o amor é fundamental, e amar é um aprendizado constante de como dialogar com nosso coração, e com o coração do outro. Todos nós sabemos o quanto é árduo o caminho da compreensão das nossas limitações e das limitações alheias. Mas, é essa compreensão que nos capacita focar nossa atenção, não no que aparenta ser, mas no que realmente é. Por exemplo : quando alguém nos fere com palavras ou atitudes, ele nos demonstra que o medo, a confusão emocional momentânea e a impulsividade, e não o verdadeiro sentimento que essa pessoa nutre por nós, foi quem falou mais alto. Por isso, depois de uma discussão, quando palavras foram usadas como armas de agressão, o agressor, passado o momento da raiva, costuma dizer: não foi isso que eu quis dizer. É verdade, não foi o sentimento que ele tem por você que se expressou, mas a sua própria confusão mental e emocional. Para compreender isso é preciso ultrapassar as barreiras do ego-personalidade, e para isso precisamos nos empenharmos na auto-análise e auto-observação com constante honestidade. Certamente ao longo da vida, teremos inúmeras oportunidades de submeter a pequenez do nosso ego à grandiosidade do poder do amor. Os tropeços e as provocações que sofremos durante a vida, habilitam-nos a amadurecer emocionalmente,a nos determos no outro, e a enfrentar as provações com lucidez, ao invés de sermos engolidos por elas. A consciência lúcida evita que sejamos movidos pela disputa e pela hostilidade, ou reajamos instintivamente, por defesa própria, Diante de discussões estéreis ou ofensas irresponsáveis, e todo tipo de situações de stress precisamos exercitar a compreensão de que a ofensa sempre parte de alguém que sofre. porque se fosse feliz não ofenderia. Que outra energia senão a do amor supera, vaidade, egoísmo, medo, orgulho e outros obstáculos que nos fazem sofrer? Então, amar é ou não é prerrogativa dos corajosos?

(Marilu Martinelli)

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