26 de mar. de 2015


Independente dos grilhões, podemos voar.
Independente das prisões de pensamento,
Das masmorras do preconceito,
Daqueles que fazem de qualquer jeito,
Do paradigma neoliberalista
Escravagista
Que tenta reter mentes sob controle,
Mãos operosas com salários irrisórios,
Mentes que criam sob o julgo de espertalhões,
Que se dizem patrões,
Que querem mandar,
Que enchem seus cofres bancários com o suor dos menos favorecidos,
Dos pobres e tão oprimidos
Que delegam serviços para quem já se encontra saturado, assoberbado, congestionado...
De tanto viver controlado
Onde subvertem descaradamente os ditames sadios do capitalismo,
Passando por cima das leis trabalhistas para aqueles que deles dependem do sagrado pão,
Onde se vê o irmão,
Apenas como objetos, produtos, subprodutos, serviçais,
Onde o acumular de capital se transmuda em cruéis desperdícios na mesa farta de quem tem mais, de quem também é manipulado em seus ditames conscienciais...
Independente dessa guerra gelada,
De corações tão petrificados,
De narizes emperdenidos...
Independente dessa situação
E da vaidade supérflua e do exagero do fútil
Que funciona na contramão
Da solidariedade, da equidade social,
Da natural fraternidade entre os homens...
DEUS está sempre presente.
E, onipotente, onisciente, onipresente,
A tudo assiste,
Mesmo no mais íntimo e santo
Recanto
De todos os homens e mulheres que criou.
E para nós foi traçado divinas diretrizes,
Estabelecidas evolutivas metas,
Enquanto indivíduos,
Enquanto nações
Enquanto planeta probacionário
E dia chegará que o corolário
Das experiências funestas,
Do mal aparentemente prevalecendo
Do mal e do bem não compreendido,
(Porque DEUS faz de cada deslize,
Oportunidades ímpares de aprendizado, reparação e evolução)
Se extinguirá as trevas da inconsciência por completo da face da Terra.
Independente e apesar das feras,
Vemos pessoas expandindo amor,
Vemos alguém a cuidar de uma flor,
Brincar, mas também cuidar
Presenciamos irmãos sempre dispostos a ajudar
E com um sorriso, ao outro levantar.
Vemos alguém se solidarizar,
Quando percorremos as ruas do medo,
Vemos alguém se responsabilizar,
Vemos na Natureza, a cada instante
O viço da vida brotar,
Vemos o amor no olhar dos amantes,
A esperança do pai e da mãe sofridos,
Dizer aos seus filhos: “Tudo vai passar!”
Independente do pensamento tendencioso,
Das afrontas diárias e seculares,
Das correntes que tentam sistematicamente prender pensamentos,
Portanto, enferrujar vidas
Que tanto poderiam desabrochar,
Independentemente das mordidas de leões
Vemos os homens e mulheres de boa-vontade,
Sorrir para os desafios,
Cuidar das crianças de qualquer idade
Manter a Paz,
Trazer a Harmonia,
Executar com dignidade os seus deveres,
E deixar fluir no sangue a alegria de viver,
Desfazendo seu próprio sofrer,
E repartir pães e alegrias.
Assim, independente do descaso e da ignorância no mundo,
Das atrocidades em um planeta em ascensão,
Dos mecanismos ideológicos, tais como escolas, igrejas, televisão e partidos políticos, que tudo fazem para aprisionar, manter, escravizar, controlar, fazer gastar o supérfluo e estimular a violência... atrás de máscaras coloridas
Independente desses criminosos de roupas vistosas,
Vemos, gradativamente, o povo pensar, crescer, reivindicar, restabelecer...
A ordem benéfica social
E vemos assim o amor feito justiça,
A Paz feita compreensão
Correntes preconceituais sendo despedaçadas,
O ladrão na prisão.

E a liberdade sendo conquistada,
Passo a passo, dia a dia, momento a momento,
Na benéfica ação e nos “nãos” positivos
Para que o homem e a mulher,
Possa se reerguer, levantar-se, iluminar seus horizontes conceituais,
Iluminando-se, clareando vidas e destinos,
Dentro das esferas que atuam,
Trazendo consciência para alargar consciências,
Se fazendo íntegros e invulneráveis,
A tendências, a amarras,
Desenvolvendo a responsabilidade de não se deixar levar,
E aos poucos levando a vida para algum lugar,
Dentro do natural livre-arbítrio que lhe compete ampliar,
Dentro de si,
Deixando eclodir,
Valores morais,
Valores virtuosos,
Valores do amor sob mil formas.
Independente do que se vê
Independente do que se torna
Aparentes reformas.
Independente das formas de bolo pensamentais,
Independente de guerras,
Independente da cruel atuação
Aos poucos, vamos enxergando nosso irmão
Como partícipe de coletiva ação
Dentro do único tempo em que compartilhamos,
O mesmo espaço vital.
Independente de carteiras assinadas ou baixadas,
Podemos trabalhar!
Os homens e as mulheres que lutam,
Tornam-se indispensáveis para a vida.
Independente da lágrima, da ferida,
Despertam como rara Fênix
Provando que o AMOR existe
E que independente do charco
Belos lótus se erguem
O amor se faz liberdade
E o esclarecimento lhes dá o suporte
De melhorar a sorte
E se fazer verdadeiramente humanos...

(Ivanildo Falcão da Gama)