23 de fev. de 2015


Existe muito medo em relação à morte. Medo de aniquilação, medo de esquecimento, medo de ser engolido pelo imenso buraco negro associado à morte. Como acontece com freqüência na dimensão terrena, o ser humano tende a virar as coisas de pernas para o ar e apresentá-las do modo exatamente oposto ao que são realmente. Na verdade, a morte é liberação, é a volta ao lar, a lembrança de quem você realmente é.

Quando a morte chega, você volta sem esforço ao seu estado natural de ser. Sua consciência funde-se com a chama de luz que é a sua verdadeira identidade. As cargas terrenas são retiradas dos seus ombros. A vida dentro de um corpo físico lhe impõe limitações. É verdade que você escolheu mergulhar neste estado de limitação devido à possibilidade de experiência que ele tinha a lhe oferecer. Apesar disso, a retomada do seu estado angélico natural é uma sensação de bem-aventurança! O anjo que vive em você adora voar e ser livre para investigar livremente os inúmeros mundos que constituem o universo. Há tantas coisas para se explorar e experienciar! Ao nascer num corpo terreno, você perde parcialmente o contato com essa liberdade angélica e com a sensação de não ter limites.

Por favor, junte-se a mim agora, enquanto voltamos ao instante imediatamente anterior ao seu mergulho na sua encarnação atual. Em um nível interno, você se permitiu iniciar esta vida terrena. Foi uma escolha consciente. Talvez tenha se esquecido disto e de vez em quando fique em dúvida se realmente quer estar aqui. Entretanto houve um momento em que você disse “sim”. Esta foi uma escolha corajosa. É um ato de grande bravura trocar temporariamente a sua liberdade angélica e seu sentido de não-limitação pela aventura de se tornar um ser humano, de se tornar mortal. Essa aventura guarda uma promessa que faz com que tudo isso valha a pena. Sinta o “sim” que naquele momento se elevou da sua alma. Lembre-se também de ter sido atraído para a Terra. Sinta como se conectou com a realidade da Terra e sinta o momento em que entrou no embrião que estava dentro do útero da sua mãe. Você pode notar que há um certo peso envolvendo o planeta Terra, algo meio cinzento ou denso.

Existe muito sofrimento na Terra. Dor, perda, medo e pensamentos negativos fazem parte da atmosfera coletiva da Terra. E foi isto que você, como alma recém-encarnada, atravessou. A sua luz encontrou o caminho através da escuridão e, ao fazer isto, um inevitável véu de ignorância caiu sobre a sua consciência angélica original. Sinta a tristeza deste acontecimento e, por trás dela, a sua coragem e bravura. Você estava determinado: “Vou fazer isto! Mais uma vez, vou enraizar-me na realidade da Terra para encontrar a minha própria luz, para reconhecê-la, para redescobri-la e para transmiti-la para este mundo, que está precisando tanto dela.”

Sim, foi um salto para dentro da ignorância. Esquecer-se temporariamente de quem você é, não se lembrar do seu estado livre de ser, fazem parte de ser um humano. Você se esquece que está seguro e livre independentemente de onde esteja. Ao se tornar um ser humano, você começa a se preparar para recuperar aquela sensação natural de liberdade e segurança. Na sua busca, você pode ser enlaçado por poderes que parecem lhe oferecer o que está procurando, mas que na verdade estão tornando-o dependente de algo fora de você. Pode curvar-se a julgamentos vindos de fora de si mesmo, que lhe dizem como deve se comportar para ser amado. Estas falsas imagens do Lar, estes substitutos, tendem a entristecê-lo e deprimi-lo. Realmente a descida do Céu para a Terra foi uma viagem dura! Entretanto a morte transporta-o de volta ao plano do amor eterno e da segurança. É na morte que você se entrega a quem você sempre foi. Quando se morre conscientemente, quando se aceita a morte e se entrega a ela, a morte se torna um acontecimento feliz.

O que acontece quando você morre? Antes de morrer, você passa por um estágio de partir e se desapegar. É uma fase em que você diz adeus à vida terrena e aos seus entes queridos. Isto pode ser difícil, mas, ao mesmo tempo, lhe oferece a possibilidade de refletir profundamente sobre quem você é, e o que aprendeu e realizou na Terra durante a sua encarnação. Na dor que você pode sentir ao deixar seus entes queridos, torna-se muito mais claro o que o conecta a eles. É um laço de amor que é imortal. Essa ligação é tão poderosa que passa sem esforço pela fronteira da morte. O amor é uma fonte inexaurível, eternamente dando origem a nova vida. Pois uma coisa é certa: quando você parte em amor, vocês se encontram outra vez. Vocês vão encontrar um ao outro de novo, sem esforço, porque o caminho mais curto para o outro é sempre o caminho do coração.

Se você tem entes queridos que já se foram, pode estar certo que eles estão perto de você, no nível do coração. Sinta a presença deles, pois estão aqui entre nós, saudando-o. Eles se sentem privilegiados e livres. Estão livres da dúvida que atormenta tantas pessoas na Terra, e anseiam por compartilhar com você o amor e a bondade que estão à sua disposição o tempo todo.

Aqueles que ficam para trás geralmente associam a fase anterior à morte dos seus entes queridos com sentimentos de tristeza e perda. É natural chorar a partida de um ser amado; é natural sentir sua falta e desejar sua presença física. Entretanto, nós o encorajamos a tentar sentir que, com a partida deles, abre-se um portal para uma nova dimensão, uma dimensão onde a comunicação é de natureza tão pura, clara e direta, que se eleva acima dos métodos de comunicação usados comumente na Terra. Você pode ter uma comunicação direta com seu ser amado depois da morte, de coração para coração. Deste modo, os mal-entendidos que costumavam separar vocês podem ser facilmente esclarecidos, já que vocês passam a se comunicar honesta e abertamente um com o outro. Sua mensagem será sempre recebida.

Quando você mesmo tiver morrido, verá as pessoas que estão vivendo na Terra de uma perspectiva diferente. Será mais tolerante e doce, e perceberá que tem um sentido mais ampliado de sabedoria. Você não ficará totalmente equilibrado de uma hora para outra, porque existem emoções e sentimentos que você leva consigo e que precisam ser trabalhados. Você não será perfeito nem onisciente logo que deixar a vida física. E isto realmente não é tão ruim, pois existe muita coisa a ser experienciada e descoberta deste lado! Entretanto, na maioria dos seres humanos há uma nova perspectiva. A dimensão da eternidade é tangível e isto suaviza respeitosamente a sua visão do que o ocupava e ocupava as pessoas diretamente ao seu redor, durante a sua estadia na Terra.

Agora, o que acontece com VOCÊ, ao atravessar as fronteiras da morte? Depois de passar pelo estágio de lamentação, o estágio de despedida, você começa a sentir a morte chegando mais perto. O foco da sua consciência muda. Tendo liberado o mundo exterior, as pessoas e o seu corpo, sua consciência se volta para o seu interior, cada vez mais profundamente. Sua percepção do mundo externo diminui e isto lhe permite preparar-se para a jornada interior na qual está prestes a embarcar. Se aceitar conscientemente a morte, experienciará um “estar pronto”, uma prontidão para realmente se desapegar. Para os seus entes queridos, este é o momento de deixá-lo partir, pois você precisa de todas as suas forças para voltar-se para dentro de si mesmo e se preparar.

Morrer não precisa ser um processo doloroso. O que realmente acontece é de natureza grandiosa e sublime! Morrer é um acontecimento sagrado, no qual a alma se conecta consigo mesma, de uma forma muito íntima. Durante a fase final, a pessoa que está morrendo sente a dimensão terrena – o corpo, os sentidos, as cores e outras sensações físicas – de uma forma neutra. Uma outra dimensão está entrando na sua consciência, com um brilho tão promissor e convidativo, que não é mais tão difícil se entregar e deixar todas as coisas terrenas para trás. Nem mesmo a presença dos seus entes queridos vai impedi-lo de ir embora. A energia do Lar – Deus, Céu, ou como quer que queira chamá-lo – é tão irresistivelmente bondosa, confortadora e segura, que fica fácil deixar ir e devolver seu corpo cansado e desgastado para a Terra.

Uma vez que libere tudo em paz, sua alma se elevará do seu corpo de forma suave e fluida. Você será amparado pelas forças universais de sabedoria e amor. Se morrer sem resistência, o ambiente ao seu redor será preenchido por uma energia calorosa e amorosa. Você experimentará uma sensação indefinível de alívio. Neste ponto, você está livre, e tudo se esclarece. Você se lembra da onipresença do Amor, não como um conceito abstrato, mas como uma realidade palpável. Enquanto estava na Terra, você chamava esse tipo de amor de “Deus”, e mantinha uma imagem humana, distorcida, do que Deus “queria de você”. Estava convencido de que existiam algumas exigências desse Deus, exigências que você geralmente não cumpria. Mas aqui nesta dimensão, você se lembra qual é a verdadeira vontade de Deus: incorporar-se em você, inspirá-lo, experienciar a criação através de você e finalmente reconhecer-Se na sua face. Deus queria tornar-se humano através de você. O objetivo da evolução do universo é VOCÊ: Deus feito homem!

Deus é a fonte da criação, e você é a Sua realização. Você, que deu forma à luz de Deus, nunca é julgado por ser um humano. Pelo contrário, você é honrado. A idéia de um Deus vingativo é mais uma distorção, o reverso da verdade alimentado pelo medo. Deus Se reconhece em você, independente do que você faz ou deixa de fazer. Quando volta a este lado, você se conscientiza disto outra vez, e uma carga imensa de autojulgamento e sentimentos de inferioridade escorregam dos seus ombros. Você sente a alegria original de viver de novo, seguro nas mãos de Deus. Logo depois da sua chegada aqui, você começará a perceber seres de luz ao seu redor. Haverá guias para ajudá-lo e pessoas que você conheceu e que fizeram a passagem antes de você. Algumas vezes você se surpreenderá com aqueles que encontrará aqui: pessoas que você encontrou apenas rapidamente, mas que tocaram seu coração profundamente, poderão estar ao lado de seus amigos de longa data e parentes seus. Todos aqueles com quem você teve uma conexão baseada no amor virão cumprimentá-lo em algum momento. Mais uma vez, ficará muito claro para você que dizer adeus não passa de uma ilusão, que a conexão pelo coração é eterna. Experienciará uma sensação de gratidão e respeito, ao entrar neste plano de amor incondicional e sabedoria.

Depois que chegar neste lado, haverá uma fase de adaptação, para que se acostume com seu novo ambiente e lentamente libere a sua ligação com a vida terrena. Precisará se ambientar. Haverá guias para ampará-lo, que são especializados nisso. Você ainda terá um corpo, mas ele será mais fluido do que o corpo físico com o qual estava acostumado. É bem provável que tenha a aparência do seu corpo físico mais recente. Embora haja liberdade para assumir qualquer aparência que se desejar, a maioria das pessoas gosta de dar uma certa continuidade por algum tempo. Você também fica livre para criar suas próprias condições de moradia, como por exemplo, uma bela casa com um lindo jardim, num ambiente natural do qual você gostava enquanto estava na Terra. Está tudo bem, se quiser viver suas fantasias terrenas neste plano, que eu chamo de plano astral. Esta é uma dimensão do reino do ser, que permite muita liberdade criativa, embora ainda lembre e esteja intimamente ligada à dimensão da Terra física.

Algumas pessoas tiveram dificuldade para aceitar a morte na Terra, e sua transição para este lado pode ter sido menos pacífica. Geralmente elas precisam de mais tempo para se adaptar às novas circunstâncias de sua vida. Às vezes demora um pouco até que percebam realmente que morreram. Alguns estiveram doentes durante muito tempo e acham difícil se libertar da idéia de estar doente. Não conseguem acreditar completamente que estão saudáveis de novo, e muitas vezes é preciso o amparo paciente e gentil de um guia espiritual para ajudá-los a liberar seus velhos corpos. O corpo antigo pode se prender à alma, simplesmente como uma idéia, uma forma-pensamento. E o mesmo se dá com os hábitos emocionais e padrões de comportamento. Eles podem se repetir no plano astral, até que a alma descubra sua liberdade, seu poder para se libertar e se abrir para algo novo.

Outra possibilidade é que a alma fique presa ao plano da Terra, principalmente aos entes queridos, por ter morrido repentinamente e muito jovem. Isto pode acontecer no caso de acidentes, desastres, ou quando a pessoa estava na flor da juventude. Estas são situações em que a alma não se sentia pronta nem preparada para a partida. A morte, nesses casos, é mais ou menos traumática. Há um apoio amoroso neste lado para essas almas traumatizadas, como sempre há. Mais cedo ou mais tarde a alma chegará a um estado de aceitação e entendimento da situação. Sempre existe um motivo viável para o que parece ser uma partida prematura do plano da Terra. Morrer nunca é uma coincidência.

À medida que a sua estadia do outro lado se estende, seu espírito se expande para níveis de consciência mais amplos e profundos. Você se desapega cada vez mais dos modos de pensar e sentir com os quais estava acostumado na Terra. Basicamente, você volta gradualmente à essência de quem é, à sua alma, à centelha divina interior. Quanto mais você entra – ou volta – a esse estado de consciência, mais se desliga da sua personalidade terrena e da dimensão da Terra. Passa a sentir um fluxo de ser que se estende para além desse aspecto seu. Conscientiza-se do espaço sem fronteiras que é a sua alma e as inúmeras experiências que você juntou na sua jornada através do universo.

A partir desse estágio, quando as pessoas da Terra se conectam com você, elas sentem uma pessoa que adquiriu sabedoria e amor espiritual. Na verdade, ao seu aproximar mais do âmago da sua alma, você deixa o plano astral e entra naquilo que chamo de plano essencial, o reino da Essência. A maioria das pessoas permanece um bom tempo no plano astral, depois de morrer. Elas fazem uma revisão de suas vidas na Terra e refletem sobre todas as experiências pelas quais passaram. No planto astral, você pode experienciar tanto alegria quanto depressão, tanto as emoções positivas quanto as negativas. O ambiente ao seu redor espelha sua realidade psicológica interna. As emoções que você tem que trabalhar tomam a forma de cores, paisagens e encontros. Você visita os reinos astrais com freqüência nos seus sonhos, por isto já está familiarizado com este campo de percepção. Quando seus livros esotéricos falam de muitas camadas ou esferas na vida após a morte, que se estendem da escuridão até a luz, estão se referindo ao plano astral.

No plano astral, você tem a oportunidade de trabalhar a bagagem emocional que você trouxe da sua vida mais recente na Terra. Para isto, recebe ajuda de vários guias amorosos. Num certo ponto, você libera todos os seus laços terrenos e toda sua dor emocional, e então fica pronto para se mover para além de todo plano astral. É aí que você passa para o plano da essência. Quando isto acontece, é como uma segunda morte. Você deixa para trás tudo o que não lhe pertence verdadeiramente, e se dá permissão para fundir-se com o seu Eu maior, sua Essência Divina. No momento em que passa para o plano essencial, você se conscientiza do poder imenso que o move. Você experiencia sua unidade com Deus.

O plano da essência, o plano do Eu eterno, é a sede da consciência divina, da qual toda a criação se origina. Peço-lhe que tome um instante para se conectar com esse plano, aqui e agora. Ele não está lá longe. Ele permeia tudo, tanto o plano astral quanto o plano terreno; ele permeia todo o cosmos. A presença que você sente aqui é a presença de Deus, pura e imaculada. Ela pode ser percebida como um silêncio profundo, completamente pacífico e, ao mesmo tempo, pleno de vida e criatividade. Desta fonte origina-se toda a criação e para esta fonte ela deverá voltar.

Quando alcança o plano essencial depois da morte, você é capaz de fazer escolhas conscientes em relação ao seu objetivo futuro. Neste plano você pode programar, com a ajuda de professores e guias, uma outra encarnação na Terra, ou planejar uma jornada diferente, dependendo das suas metas. No plano essencial, você pode ouvir claramente a voz da sua alma. Foi neste plano que você disse “sim” para a vida na qual se encontra agora. Tome um instante para se lembrar de como era estar nesse plano. Quanto mais você se conscientizar desta dimensão durante sua vida na Terra, mais fácil e tranqüila será a sua morte e mais fácil será mover-se do plano astral para o plano essencial depois.

A morte não é nada mais que uma transição, uma das muitas transições pelas quais você passa na vida. A vida na Terra conhece tantos momentos de transição, de passar por algo e deixar ir. Pense nisto. Houve um tempo em que o corpo no qual você vive hoje era muito pequeno, um bebezinho vulnerável. Entretanto sua alma, a Essência Divina no seu interior, já estava trabalhando através dele naquele tempo. Ao chegar à maturidade, você foi engolido pelas exigências da vida terrena e se confrontou com medos e dúvidas. A percepção da sua Essência Divina, da sua alma, foi empurrada para os fundos. Entretanto, houve momentos na sua vida em que a dimensão da consciência divina se abriu novamente. Isto aconteceu geralmente em momentos nos quais você teve que deixar ir, quando você teve que dizer adeus.

Talvez tenha tido que se despedir de um ser amado, talvez tenha tido que abandonar um emprego, ou alguma outra situação semelhante. Tais acontecimentos são transições que se assemelham à morte, não no sentido literal, mas em um nível psicológico. Nessas ocasiões lhe foi pedida uma liberação em um nível profundo, e é justamente nesses momentos de deixar ir que você pode começar a sentir a realidade do seu Eu eterno, a luz divina que brilha no seu interior. Esta realidade permanece consigo incondicionalmente, mesmo quando tudo ao seu redor desaba. E assim acontece também, quando se trata da morte física. Se nesse momento você tem a coragem suficiente para se desapegar, o plano da eternidade o acolhe e você experiencia uma percepção muito forte de quem realmente é.

Morrer em entrega consciente é um acontecimento sagrado, pleno de vida e beleza. A grandiosidade do que está se desenrolando torna-se tangível para todos os presentes. Quanto mais as pessoas presentes tiverem vivenciado “a morte em vida”, mais serão tomadas de admiração e reverência pela transição que estão testemunhando.

Em todas as transições disponíveis na criação, desde nascimento físico e morte até momentos de intenso desligamento emocional na sua vida, a questão mais importante não é se você vai sobreviver, mas se vai conseguir manter a conexão com a sua Essência Divina. Você consegue ficar em contato com o plano da Essência, com suas origens, com o pulsar da Criação? Conectar-se freqüentemente com o plano essencial durante sua vida é a melhor forma de se preparar para a morte e para o que vem depois. Ao se conscientizar agora – antes da morte física – que a Essência de quem você é não depende do seu corpo físico atual, nem da identidade que você assume neste mundo, você se torna livre para fazer a transição suavemente, quando o momento chegar.

Conectar-se com o plano essencial é uma escolha que você faz. A morte por si só não vai levá-lo mais próximo dele. Depois de morrer, você será praticamente a mesma pessoa que é agora, apesar de que lhe serão oferecidas possibilidades diferentes e uma perspectiva mais ampla. Entretanto a pergunta crucial continua sendo a mesma: você se lembra quem você é? Consegue se conectar conscientemente com a dimensão da atemporalidade que flui através de você e que o inspira verdadeiramente? Você é imperecível, querido e amado anjo de Luz. Tenha fé nisto! Permita-se ser confortado e amparado por este conhecimento quando a hora da sua morte chegar; e agora também, enquanto luta com as questões da sua vida.

Para morrer em paz é preciso que se desapegue, no nível interno, de tudo que o prende à existência terrena. Pratique constantemente o desapego enquanto vive, e você estará preparado para morrer. Você poderá perguntar: “Não é trágico se desapegar da vida, enquanto se está bem no meio dela?” A resposta é: “Não, pelo contrário – isso é a prova de um espírito verdadeiramente poderoso.”

O que significa desapegar-se? Significa prestar atenção na essência, não se deixar pegar por questões não essenciais. Significa não criar dramas desnecessários; significa experienciar alegria nas coisas simples da vida. Praticar o desapego e ficar sintonizado com o plano da essência implica em estar consciente de uma dimensão oculta, que se encontra diretamente sob e por trás de tudo o que é observável. Significa renunciar ao julgamento apressado em termos de bom e ruim, e confiar na Inteligência Cósmica, que ultrapassa de longe a mente humana.

Muitas pessoas caem na armadilha da febre do pensamento. Encaram a vida febrilmente – como resolver os problemas, como conseguir todas as coisas que elas pensam que precisam fazer. Estão excessivamente concentradas em organizar a vida através da vontade e da mente. Desapegar-se significa não levar tão a sério este seu aspecto pensador. Isto é uma coisa trágica de se fazer? Não. Em vez disso, traz luz e leveza à sua vida.

A sua necessidade excessiva de controle é que faz com que a vida se torne um esforço, pesada e cansativa. O desapego traz paz à mente, humor e atenção. A consciência de que a vida é finita inspira o desejo natural de cultivá-la e cuidar dela. E é aí que a sua Essência Divina pode fluir sem esforço através de você, do plano essencial para a sua realidade terrena. Uma vez que isto aconteça, você terá vencido a morte antes de ter morrido.


Canal: Pamela Kribbe
Fonte: http://www.jeshua.net/por/