18 de dez. de 2014


ORAÇÃO INDÍGENA

Oh! Grande Espírito,
Cuja voz ouço nos ventos, 
e cujo alento dá origem a toda a vida.
Ouça-me, sou pequeno e fraco, 
necessito de Sua força e sabedoria.
Deixa-me andar na beleza,
Faze meus olhos contemplarem sempre 
o vermelho e o púrpura do Pôr do Sol.
Faze com que minhas mãos respeitem 
as coisas que criastes,
e que meus ouvidos sejam aguçados 
para ouvir a Tua voz.
Faze-me sábio para que eu possa compreender 
as coisas que ensinaste ao meu povo.
Deixa-me aprender as lições que escondeste 
em cada folha, em cada rocha.
Busco força. Não para ser maior que o meu irmão,
mas para vencer o maior inimigo, eu mesmo.
Faze-me sempre pronto para chegar a Ti,
com as mãos limpas e olhar firme, a fim de que 
quando a vida se apague,
como se apaga o poente, o meu espírito possa 
chegar a Ti sem se envergonhar.
Que você possa vir pela água, pelo vento,
caminhos limpos ou cheios de folhas de outono.
Mas que, de qualquer modo, você venha, 
e que se cumpram
todas as profecias dos deuses e deusas que um dia 
nos conheceram, quando éramos ainda 
mais crianças em espírito.
Que se cumpram todas as promessas 
que fizemos um ao outro,
sob a luz da lua e enquanto tínhamos o solo 
sagrado sob os nossos pés.
Eu te consagro nesse momento e em todos os outros
em que ainda vou olhar o horizonte distante,
 e esperar por você.
Eu peço o poder das estrelas e de toda 
a dança do Universo, para receber você em meu coração, 
de onde, na verdade, você nunca saiu.