15 de dez. de 2014


Muito do que os homens gostariam de ouvir e sentir,
Mesmo falar, debater, questões importantes,
Entendimentos pessoais profundos, conclusões geniais,
Poderiam escutar do mais improvável locutor:
O seu próprio silêncio.
Mas, andam mundo afora com respostas prontas para tudo:
Pré-conceitos, opiniões, sempre possuem o que dizer,
Independente de qual seja o assunto.
E, não raramente, falam e falam,
Acabando por dizer o que não deveriam.
Por que não dão ouvidos ao próprio silêncio?
Ele é que carrega, em seu colo, a voz interior de cada um.
A verdadeira voz, quem realmente são.
Quantas injustiças, preconceitos, pré-julgamentos, guerras,
Preveniriam,
Se, simplesmente, ouvissem o silêncio…
Quantas brigas, desamores, desentendimentos,
Inexistiriam se os protagonistas silenciassem,
E refletissem sobre o que faziam?
E, não que devam se calar e permanecer silentes frente a tudo,
Mas, sim, que precisam silenciar mais, e refletir.
E, é por isso que, quando se encontram consigo mesmos,
A sós com seu silêncio, revendo o que falaram e como agiram,
Não raramente, sentem-se patéticos, mesmo com vergonha,
E tristes, por não terem escutado o silêncio.
Sozinhos com a voz interior, despidos das máscaras sociais,
Muitas vezes, o silêncio acaba falando alto demais:
Ensurdece.
A verdade, a inegável verdade, é singela,
E causa estranheza quando a encontram:
Os homens fogem do silêncio, pois,
Quando não se diz nada, e se escuta a própria voz,
Acaba que conseguem ouvir aquilo que
O próprio barulho se esforçou para esconder.
Mas, é nesses momentos que devem pensar:
Ninguém é sozinho nesse mundo.
Todos temos a nossa própria voz interior,
Além de anjos conversando conosco.
Basta silenciarmos, para conseguir escuta-los.