6 de mar. de 2014


INOCÊNCIA NUA

O vento gelado,
da esquina, espia
o menino de rua
encolhido na calçada, 
coberto apenas pela lua.
Com olhos de cobiça, 
sorrateiro se aproxima,
e, sem dó, sem piedade,
atira-se sobre a inocência
quase nua.


A pele arrepia
mas os olhos cansados
continuam cerrados
sonhando, quem sabe
com um prato de comida, 
um carinho
uma guarida.

Assim, encolhida,
mais parece 
um cãozinho vira-lata,
sem dono,
ao abandono 
de sua triste vida!

- Vyrena -