27 de jan. de 2014


AMENIZANDO AS EMOÇÕES 
E EXPANDINDO A CONSCIÊNCIA

O corpo emocional é inerente à condição humana. Para se elevar além da limitada condição humana o indivíduo precisa reduzir ou neutralizar os efeitos das emoções sobre a sua vida.

“Somos um Corpo espiritual (Somos Luz) que se expressa aqui no Plano Físico pra vivenciar o dualismo emocional. São as emoções que fazem a dinâmica do nosso cotidiano, ora positivas, ora negativas, como se estivéssemos numa balança, nos tornando mais ou menos densos, dependendo de como estamos vibrando.” Antonio Carlos Tanure

Há quem fuja das emoções, tentando controla-las. Porém o controle das emoções implica em sofrimento, pois a pessoa sente algo e precisa agir em desacordo com o que sente. O único caminho para acabar com o sofrimento é a consciência. Consciência é um processo gradativo e que se auto-alimenta. Quanto mais consciência você tem, mais ganha. Quanto mais consciência você ganha, menos sofrimento você tem. Por outro lado, quanto mais entregue às emoções, mas preso se está na densidade da matéria. O aumento de consciência é gerado com a compreensão da natureza do Universo e da natureza do Homem. Não necessariamente o estudo, mas a compreensão. O estudo implica em processos lógicos; a compreensão vai além do entendimento intelectual, como se envolvesse novos sentidos, novas formas de apreensão da informação.

Quando você entende os ciclos da vida, as reações naturais aos fatos, as respostas às interferências, às agressões, você sabe que existe uma natureza do Universo, do Planeta e uma natureza do Homem. Quando você conhece a natureza do Planeta você aprende a conviver com ela, a prever suas reações e a entender os seus ciclos, seus ritmos. Você sabe a hora de se expor e a hora de se recolher. O mesmo acontece em relação à natureza humana.

É preciso conhecer a natureza humana. Para isto, o primeiro passo é se conhecer. É preciso entender porque você reage desta ou daquela forma a uma ou outra situação. Observar que cada situação, cada pessoa pode causar em você diferentes reações, emoções, sentimentos. Também é preciso descobrir com que você se identifica. Na identificação com algo está o distanciamento de sua essência. Tudo além de EU SOU EU é identificação com algo. Mesmo que sejam coisas positivas, como: eu sou calmo, eu sou bom, eu sou uma ótima pessoa.

Identificar-se com algo é esquecer-se de quem você é realmente. É ter necessidade de “querer ser alguma coisa”, menos ser você mesmo. Então há quem se identifique com uma qualidade, uma profissão, um papel na sociedade. É querer marcar a própria existência com algo que mostre uma diferença entre si e as demais pessoas.

Para se conhecer um bom começo é se observar. Experimentar participar da vida como um observador de si mesmo: ao mesmo tempo ser o ator e a platéia. Dessa forma você descobre em que momento a emoção entrou na cena. Da próxima vez, numa situação semelhante você poderá mudar o roteiro, a fala, a cena. Você poderá agir sem a interferência da emoção. Você passa a entender sua natureza. Você ganha CONSCIÊNCIA.

Agir sem a interferência da emoção não significa não sentir a emoção. Significa sentir em maior ou menor intensidade e agir com consciência. É poder dizer ao outro: “O que você fez me deixou com muita raiva, mas não vou deixar que esta raiva interfira na minha decisão.”. Ou: “Gosto muito de você, mas isto não impede que veja suas falhas…”. Ou nem falar, mas ter consciência de que a emoção não interferiu na sua ação.

Agir com consciência faz a diferença entre ser uma pessoa ou um autômato. Entre ser responsável pelos próprios atos ou procurar sempre um culpado pelo que acontece na sua vida. O ganho de consciência gradativamente vai diminuindo a intensidade das emoções. Você consegue se manter numa “faixa de tolerância”, e as emoções não abalam mais o seu corpo físico e muito menos o seu corpo mental.

Aprendemos muitas coisas por pura imitação ou condicionamento, mas ganhar consciência é reconhecer quando a ação não é espontânea, mas automática. Muitas vezes reconhecer e voltar atrás, refazer a cena de outra forma. Assim você cresce em consciência e leva à reflexão às demais pessoas envolvidas no processo.

Conhecer-se também é o primeiro passo para se aceitar e se amar. Não há amor verdadeiro que não envolva primeiro quem o canaliza. Se é preciso amar a Deus sobre todas as coisas e ao próximo como a você mesmo, então é preciso antes de tudo aprender a se amar. E só depois você aprenderá a amar ao próximo como se fosse Deus.

O segundo passo é conhecer, entender o outro, ainda que não concorde com ele. Você não concorda, mas entende. Uma forma de entender o outro é se colocar no lugar dele. Quando você se coloca no lugar do outro você consegue ver a vida segundo a perspectiva dele e então entende porque ele age, pensa ou sente daquela forma que lhe é peculiar.

Quando você se observa, descobre que dependendo da situação quem comanda você é o corpo físico, ou o corpo emocional ou o corpo mental. Ou a consciência. A consciência não é o corpo mental, pois o mental é influenciado por crenças, preconceitos, idéias pré-concebidas, fórmulas aprendidas e diferentes conceitos e “verdades” que vêm de fora para dentro. A consciência vem de dentro para fora, é reflexo da sua essência. É algo que você sabe, independente do que ensinaram.

Quando você identifica quem comanda você está tomando consciência dos seus atos. Mesmo errando, você tem consciência do erro. Por exemplo, é saber que está comendo aquilo que o corpo físico pediu e não o que é bom para a sua saúde. É saber que foi movido pela emoção ao realizar aquela compra além das condições financeiras. É notar quando não se sente bem vestindo algo que dizem estar na moda. A partir destas descobertas você vai passar a agir da forma que o seu EU decidir e não de acordo com a imposição do físico, do emocional ou do mental.

Pessoas ainda muito movidas pelas emoções supõem que quem as tem em menor intensidade é uma pessoa fria, sem sentimentos, sem compaixão. Porém o ganho de consciência coloca a pessoa na freqüência da neutralidade, onde ela passa a entender tão bem o que se passa com o outro que é como se ela mesma estivesse vivendo a história dele. Tudo fica muito claro. Tudo fica mais previsível, simples.

Ainda que possa parecer estranho ou mesmo paradoxal, quanto menor a influência das emoções, maior a capacidade de amar. O amor que vem da consciência, da freqüência da neutralidade, é puro, pois não é abalado por nenhum fato, nenhum acontecimento, nenhuma diferença de opinião – ele é incondicional. Se é incondicional, ele envolve toda a humanidade e todo o reino animal, vegetal e mineral. Todo o Planeta e todo o Universo. Acima foi colocado que consciência gera mais consciência. Da mesma forma, amor gera mais amor. A energia do amor tem a capacidade de mudar o campo em torno de quem a emana. Dessa forma, quando você gera amor você diminui a intensidade das suas emoções e também daqueles que estão à sua volta.

As emoções fazem parte da natureza humana, assim como o vento, a neve, a chuva, o maremoto fazem parte da natureza do nosso Planeta. Assim como o homem precisa se precaver dos arroubos da natureza do Planeta, também precisa se proteger dos arroubos das emoções humanas.

A redução gradativa e consciente da intensidade das emoções traz benefícios para a saúde física e mental, além de reduzir danos ao ambiente familiar, social e planetário. Emoções exacerbadas, positivas ou negativas, podem levar uma pessoa a doenças e mesmo à morte. O noticiário traz vários exemplos de torcedores fanáticos que enfartam uns na derrota e outros na vitória do seu time.

O ganho de consciência traz a constatação de que cada um de nós é uma partícula deste universo infinito. Ao mesmo tempo traz a certeza da importância e influência desta pequena partícula na harmonia do universo. Ganhar consciência, reduzir a intensidade e a influência das emoções não é tarefa fácil, mas pode ser prazerosa e sempre será compensadora.