QUEM FOI O PROFETA DA GENTILEZA? 

Em 17 de dezembro de 1961, o incêndio do Gran Circus Norte-Americano em Niterói, no Rio de Janeiro, deixou mais de 400 mortos, na maioria crianças. A tragédia comoveu não só o Brasil, mas o mundo inteiro. Nesse dia o empresário José Datrino de 44 anos foi para o local consolar as pessoas e ajudar no que pudesse. Foi aí que surgiu o Profeta Gentileza. Muitos cariocas devem se lembrar da figura de Datrino: cabelos e barba longos, vestindo uma bata branca com apliques cheios de mensagens e levando na mão um estandarte com dizeres em vermelho. 

Durante 35 anos, ele percorreu a cidade, viajou nas barcas Rio-Niterói, entrou em trens e ônibus para fazer a sua pregação e oferecer flores a todas as pessoas. Seu lema era "gentileza gera gentileza" Ele pintou as 55 pilastras do movimentado viaduto do Gasômetro com inscrições fazendo uma crítica ao mundo e propondo uma alternativa ao mal-estar das pessoas no mundo de hoje. Foi uma das primeiras pessoas a denunciar os abusos contra a natureza e progou o "AMORR" (ele tinha um jeito diferente de escrever) e a gentileza como salvação do mundo. Aos que o chamavam de louco, respondia: "Sou louco para te amar e maluco para te salvar". E se alguém tentava lhe dar esmola, ele recusava, sorrindo: "Eu não quero seu dinheiro, meu filho, quero muito mais: quero seu espírito para Deus".

 Após sua morte em 1996, os textos foram cobertos de tinta cinza por ordem da prefeitura, o que gerou protestos da população . Hoje recuperados pela Universidade Federal Fluminense e registrados em CD-Rom, o grafismo do Profeta Gentileza é patrimônio artístico-cultural do R.J

 

http://www.educar-oprimeiropasso.com/2012/10/projeto-gentileza.html