4 de out. de 2013

Nos tempos em que o homem começava seu caminho para tornar-se um ser civilizado, aprendendo a viver em comunidades cada vez maiores. Na Europa, um grupo diferente de pessoas desbravou as florestas e se refugiou nas encostas das montanhas. Esse grupo era temido pelos homens de sua época, que, assustados, preferiam respeitar seus costumes estranhos a entrar num conflito inútil. Como os índios das Américas, eles viviam em total comunhão com a natureza, respeitavam os ciclos de germinação e colheita, adaptando-se às mudanças climáticas.
 
Protegidos dos homens de seu tempo pelas brumas que estranhamente brotavam do solo, faziam seus rituais cercados de mistério e força mística. Rodeando uma grande fogueira, comemoravam a chegada de cada nova estação, numa festa regada a elixires feitos de ervas. Dessa maneira, saudavam o renascimento da vida.

Desenvolveram poderes paranormais e com maestria manipulavam raízes e folhas, obtendo resultados fantásticos, inclusive o prolongamento da vida, que naquela época, com sorte, iria até os trinta anos. Na Idade Média, os aldeões, temerosos dos desmandos dos senhores feudais e da Igreja, procuraram abrigo nas florestas e receberam auxilio desse povo, que prefiria ler as mensagens trazidas pelos animais ou pelo oráculo das pedras, a aproximar-se de homens estranhos. 


Os druidas e druidesas desenvolveram um severo código de honra, baseado nos ensinamentos de seus ancestrais, pois sabiam que quanto maior o poder, maiores as responsabilidades. Dessa forma, assistiram a guerras e destruição de pequenas cidades circunvizinhas, alheios às oscilações de soberania dos seus contemporâneos. Somente revidavam quando algum intruso se atrevia a penetrar em seus domínios.


Respeitavam o sacerdote encarnado como representante das forças sutis e enviado na Terra pelo Mentor de toda magia, conhecido como Mago Merlin ( Merlin, como toda grande alma, não encarna totalmente. Raios da sua consciência se acoplam em determinados momentos encarnatorios). As entidades multifacetadas originarias de Procyon ( Procyon é a Alpha da Constelação do Cão Menor) usavam das aberturas astrais feitas pelo desenvolvimento das faculdades paranormais dos druidas e druidesas para entrar em contato com a Terra. Na antiguidade já haviam se aproximado do planeta inúmeras vezes, mas a infantilidade dos habitantes não permitia sua acoplagem. 

Na Idade Média, para aliviar a dor dos desfavorecidos da sorte, magos e bruxas saíram dessas comunidades secretas e partiram para a Europa, infiltrando-se na sociedade. Eram curandeiros e curandeiras que serviam ao próximo com seus poderes mediúnicos. No entanto, é preciso entender que muitas das regras que coordenam a vida na Terceira Dimensão são diferentes em outras esferas astrais. O livre-arbítrio, tão conhecido e discutido, volta aqui a ter um papel predominante na história dos magos e druidas. 

Os seres de Procyon, filhos dos Anjos Caídos (Anjos Caídos...diz-se que a criação do Universo Manifesto aconteceu devido à interferência de incríveis potencias espirituais que se desligaram do Espírito Imanifesto para tentar sua própria criação) e conhecedores de seus imensos poderes, começaram a manipular as mentes insanas dos governantes dos feudos, tentando suavizar os castigos que estes impingiam aos aldeões. Na tentativa de aliviar a dor e o sofrimento causados pelas terríveis condições de vida, ocasionaram mal maior, interferindo na Lei de Causa e Efeito, pois as pessoas que deveriam viver determinadas situações de dor foram desviadas de seus acertos de contas. 


Os magos tiveram então que assumir para si o Karma de muitos seres. Embarcaram dessa maneira na roda de Samsara e, como outros viajantes espaciais, viram-se aprisionados à eterna cadeia de nascimentos e mortes. Os seres de Procyon, juntamente com Satã ( Satã...diz-se também que Satã era o mais belo príncipe entre todos os outros anjos, e também o mais inteligente e poderoso), no principio dos tempos começaram a criação da humanidade material. Aventureiros e energicamente ligados à fonte da vida, trabalharam na criação da parte densa dos seres ainda não nascidos. Devemos dizer que, sem ajuda dos satânicos, o Universo Manifestado na Terceira Dimensão jamais existiria. 

As diversas constelações, habitadas por incontáveis formas de vida e inteligências, precisaram se associar aos dissidentes da Ordem Cósmica para criar vida física. Sabiam que sem a mente ligada a manifestações inferiores, como orgulho, desejo, etc. as sublimes inteligências espaciais não conseguiriam criar um universo denso. Desertores ou não, em ultima análise, não existe nada que não seja Deus. 


O jogo divino usou de todos os artifícios para o homem caminhar para sua auto- realização. Procyon e seus magos druidas dessa maneira tentavam novamente fazer as coisas a seu modo, e nas mentes multifacetadas dos gigantes cósmicos não havia limites entre o certo e o errado. Ajudar aquele que sofria era o suficiente para eles. Penetraram por meio dos alunos de Merlin no campo astral e fizeram os ajustes que julgavam necessários, desviando assim o curso natural da história de cada um. No entanto, experiências difíceis muitas vezes são os melhores remédios para o crescimento saudável.

As experiências de alegria e dor são lados opostos que margeiam o mesmo rio, onde acertar e errar fazem parte do mesmo aprendizado. Viver e morrer não são traumas para o espírito, para se descobrir isso, esses seres tão evoluídos encarnaram. Esse povo que viveu nas florestas da Europa veio para equilibrar o domínio dos andromedinos, que trouxeram aos gregos e romanos somente a luz, constituindo uma única faceta da verdade. A busca do equilíbrio, portanto, era absolutamente necessária. O amor de Deus, ensinam os Mentores, está em nos permitir viver nossas próprias escolhas. Chamamos Nuinn, um aprendiz de feiticeiro, para contar sua história entre o povo druida.


"Nasci em meio aos gigantescos carvalhos. Como pássaros no céu, meu povo escolheu viver em árvores para manter-se longe dos bárbaros, que vez por outra cortavam a floresta em busca de caça. Nessa região abundavam os pequenos riachos e corredeiras que nos davam água, peixes, animais e frutas silvestres. As crianças ficavam sob os cuidados dos velhos, que já não saiam mais em busca de alimentos como faziam no passado e, nesta saudável convivência com os avós, tinham as primeiras lições de respeito à sabedoria dos antigos. Meu avo, apesar da idade avançada, continuava suas excursões pela floresta me levando junto para ajudar nas pequenas tarefas. 

Aprendi a subir em árvores e escalar encostas em busca de alguma poderosa erva, ouvindo suas inúmeras histórias. Meu sonho era conhecer as terras do rei Arthur, onde os Cavaleiros da Távola Redonda viveram. O poder e a honra fascinaram e nortearam meu povo. O companheirismo e a magia, na eterna luta do bem contra o mal, encantavam nossas reuniões em volta da fogueira. Contavam a lenda que o amor impossível do cavaleiro Lancelot pela bela Gnever causou a maior luta de todos os tempos. Será que este povo realmente existiu? Costumava me perguntar. Meu avo dizia que, no principio dos tempos, quando a magia e a realidade se mesclavam, feiticeiros e monstros dividiam a terra com os seres humanos.


A lenda contada era assim: Merlin, um gigante espiritual, acoplou-se ao rei que iria governar a Terra, conferindo-lhe a espiritualidade e seu poderoso ego. Arthur, como ficou conhecido, tinha em sua estrutura o maior número de átomos do poderoso feiticeiro espiritual, enquanto Lancelot, seu fiel primeiro cavaleiro, recebia o intelecto grandioso do mago. Não era de se espantar que eles fossem tão unidos e que toda uma Hierarquia se comprometia em auxiliar a humanidade a dar um enorme salto em direção ao espírito. 

Tudo corria dentro do plano concebido por Merlin, até a chegada da linda Gnever sua contra parte. Seguindo a lei universal de atração dos semelhantes, no momento em que se viram pela primeira vez, Arthur e Gnever se enamoraram. Porém, o magnífico intelecto de Merlin estava em Sir Lancelot, formando desta maneira um triangulo amoroso de dor e destruição. Iniciou-se então o drama de consciência e separação entre Arthur e Lancelot.
 
A Terra novamente fez reviver a dualidade em que o bem e o mal travavam eterna luta pela soberania. Como Sir Lancelot era parte de Arthur, nada havia de errado no mundo espiritual, apenas na Terceira Dimensão a traição existiu. Merlin, inconformado com o rumo dos fatos, tentou interferir e redirecionar os acontecimentos, e assim se materializou como o feiticeiro que era nos mundos espirituais. As forças contrárias usaram então, de seu momento de fraqueza, quando tudo desejou controlar, e se acoplou em Morgana, sua sombra. 

O mago foi seduzido por si mesmo e ficou acorrentado aos mundos inferiores. Longe de sua essência espiritual, em meio ao caos criado pelos filhos da Terceira Dimensão, a espada do poder e depositária de toda magia foi novamente devolvida às águas do desconhecido. Lancelot se recolheu à vida de cavaleiro nômade e o rei Arthur perdeu a chance de unificar os povos. Deuses transformaram-se em mortais, pois aos seres humanos é dado o direito de errar e refazer o que foi perdido.
 
Eu, Nuinn, continuei no mundo espiritual ensinando aos meus pupilos as lições que aprendi nas florestas junto a meu avô. Observando os caminhos da vida, o homem tem a oportunidade de recuperar sua unidade, aprender com erros e aceitar suas falhas, pois fugir dos problemas não resolve as dificuldades. Quando minha civilização optou por viver nas florestas, assumiu o Karma de não dar sua contribuição na construção de uma sociedade mais justa. Para reparar nossa omissão, ainda hoje inspiramos sensitivos nos caminhos da reciclagem espiritual. Mesmo as antigas florestas destruídas e o plano sutil impregnado por energias conflitantes, não abandonamos nossos postos. Continuamos inspirando nossos filhos a seguir o caminho da Luz.

Os magos da natureza amaram o homem e aprenderam com as suas experiências o valor da humildade e da correção. Muitas vezes desejamos a todo custo controlar uma situação, porém nossos Mentores ensinam que deixar nas mãos de Deus é a melhor solução. Faça sua parte e deixe que a consciência divina faça o resto...é a mensagem de Nuinn."