11 de mar. de 2013


O QUE HÁ DE ERRADO 
COM OS NOSSOS LÍDERES? 

A mensagem desta semana é uma expansão de algumas idéias que eu compartilhei na minha página do Facebook sobre a liderança, e, especificamente, a morte de Hugo Chavez que foi uma figura polêmica, para dizer o mínimo. Observamos pessoas como o Sr. Chavez, o papa, os presidentes, a Rainha Elizabeth e imaginamos o que esteja errado com eles. Por que eles não podem ser mais honestos, abertos, incorruptíveis, sustentadores, e que façam a coisa certa? O que há com o poder que cria esta influência de corrupção? E por que todos os líderes parecem cair na mesma armadilha?

Então, eu comecei a pensar no conceito de liderança e nas pessoas no poder, seja na política, no governo, no trabalho, na sociedade ou em ambientes religiosos, e como eles são muitas vezes desonestos, corruptos, egoístas e ditatoriais. Qual é a relação entre o poder e os resultados negativos que experienciamos de seu uso e abuso? Eu achei uma resposta de como definimos a palavra “liderar”, o que na verdade, significa “guiar” e vem de uma palavra do século 9 que significa “viajar”. Assim, um líder começou como um guia de viagem. Interessante. Em quantos líderes de hoje vocês confiariam como o seu guia de viagem?

Em termos mais simples, um líder é alguém que nos guia ou nos mostra o caminho. Como um guia de viagem, um líder seria o nosso assistente, o que implica que estamos no mesmo caminho, indo na mesma direção, compartilhando uma filosofia semelhante e eles estão nos ajudando a chegar a algum lugar que queremos ir, atingir o nosso destino. 

Que conceito novo! Quantos líderes atualmente fazem isto, sem a inserção de suas agendas pessoais de poder no processo? Agora, todos os líderes não são ruins, mas algo acontece quando uma pessoa bem intencionada entra em uma posição poderosa, e lhes damos o nosso poder. Sua liderança muda para um regente. E quando isto acontece, eles deixam de ser um guia de viagem para se tornarem alguém que nos diz o que fazer, definem políticas que servem a si mesmos, engajam-se em acordos nos bastidores e em vez de conduzirem (no verdadeiro sentido da palavra), esperam que sigamos cegamente a agenda deles. Nosso líder se tornou agora o nosso regente.

Como acontece esta mudança? Pensamos que um líder pode fazer por nós o que achamos que não podemos fazer por nós mesmos. No contexto da energia da 3D, há uma mudança de poder, onde entregamos o nosso poder a alguém que nos diz que eles usarão o nosso poder para nos ajudar a nos tornarmos mais poderosos. Quando pensamos sobre isto desta forma, não faz sentido. Mas nós fazemos isto o tempo todo. E estamos vendo os resultados em todas as áreas do mundo hoje, desde  empresas até governos e igrejas.

Quando seguimos um guia, estamos viajando juntos e eles estão servindo as nossas necessidades. Esperamos que o nosso guia de viagem nos ajude com os nossos planos de viagem e nos garanta que tenhamos a melhor experiência. Vocês podem imaginar a contratação de um guia de viagem que planeja as férias que eles querem ter, espera que vocês paguem por isto, carreguem toda a sua bagagem e se sentem no vagão, enquanto eles viajam na primeira classe? Este guia de viagem não teria muitos negócios, mas é assim que os nossos líderes operam.

A renúncia do papa, a hospitalização da Rainha Elizabeth, a morte de Hugo Chavez, a renúncia do presidente de Cuba, o isolamento do governo dos Estados Unidos, são todos sinais do final do conceito de liderança  da 3D – a regência por alguns, o que é possibilitado pelo nosso desejo de sermos cuidados através da entrega do nosso poder. Enquanto eles se afastam ou são deixados de lado, porque as novas energias não apóiam este tipo de concentração do poder, estamos também sendo impulsionados a resgatar o nosso poder, tornando-nos mais poderosos, usando o nosso próprio poder para criarmos todas as coisas que queremos em nossa vida, coisas que podemos não acreditar que somos capazes de criar. Somos capazes, sim, mas somente quando aceitamos a responsabilidade pelo nosso poder e o usamos com sabedoria e discernimento. 

As coisas que esperamos que os nossos líderes façam por nós, são coisas que podemos e que deveríamos fazer por nós mesmos. Temos muitos exemplos, ao longo da história, do abuso do poder. Isto não irá parar até que deixemos de entregar o nosso poder àqueles que abusarão dele e nos farão de vítimas no processo.

Estamos agora com raiva pelo fato de que os nossos líderes estão nos levando a um passeio turbulento, em que não queremos estar, a um destino em que não queremos atingir. Então, ficamos irritados com o líder, mas eles estão apenas fazendo o que lhes permitimos fazer, deixarem de ser guias de viagem para se tornarem regentes. Nós lhes permitimos usar o nosso poder, esperando que eles cuidem de nós. A escolha com que nos defrontamos agora é: seguirmos o líder ou viajarmos poderosamente ao longo de um caminho compartilhado com aqueles que nos guiarão para formas mais amplas de usar o nosso próprio poder? Um líder pode extraviá-los; um guia os acompanhará em sua própria jornada. 

Vocês querem ser guiados ou liderados? Se escolherem ser guiados, vocês atrairão líderes que agem como verdadeiros guias de viagem, respeitando o seu poder e os ajudando em sua evolução. Se escolherem ser liderados, atrairão regentes que estarão mais do que felizes em assumir o seu poder, mas não esperem que eles cuidem de vocês.

Estas são lições sobre a capacitação, das quais temos que decidir se estaremos dormindo ou despertos, com poderes ou como vítimas, criando ativamente a nossa vida, ou aceitando passivamente um caminho que alguém cria para nós, de acordo com a agenda e as necessidades dele. Cada estudante deve eventualmente se tornar o seu próprio mestre e os mestres de hoje são os nossos mestres capacitadores. . Estamos evoluindo da 3D para o infinito e “liderar”, ou “ser liderado” é um paradigma da 3D. Orientação, apoio, reconhecimento, respeito, bondade, compaixão e integridade fazem parte dos paradigmas além da 3D. 

Embora eles pareçam adequados, temos que estar dispostos a abraçar o nosso poder para acessá-los, reconhecermos a nossa responsabilidade pelo nosso bem estar e aprendermos a nos conduzirmos, enquanto nos permitimos ser guiados por aqueles que compartilham o nosso caminho.

                              por Jennifer Hoffman
Tradução: Regina Drumond reginamadrumond@yahoo.com.br