3 de set. de 2012

A Paz

A paz que trago hoje em meu peito 
é diferente da paz que eu sonhei um dia...
Quando se é jovem ou imaturo, imagina-se que ter paz
 é poder fazer o que se quer, repousar, ficar em silêncio
 e jamais enfrentar uma contradição ou uma decepção.
Todavia, o tempo vai nos mostrando que a paz é resultado
 do entendimento de algumas lições importantes 
que a vida nos oferece. 
A paz está no dinamismo da vida, no trabalho, 
na esperança, na confiança, na fé...

Ter paz é ter a consciência tranquila, é ter certeza
 de que se fez o melhor ou, pelo menos, tentou...
Ter paz é assumir responsabilidades e cumpri-las, 
é ter serenidade nos momentos mais difíceis da vida.
Ter paz é ter ouvidos que ouvem, olhos que vêem 
e boca que diz palavras que constroem.
Ter paz é ter um coração que ama...
Ter paz é brincar com as crianças, voar com os passarinhos, 
ouvir o riacho que desliza sobre as pedras e embala
 os ramos verdes que em suas água se espreguiçam...
Ter paz é não querer que os outros se modifiquem
 para nos agradar, é respeitar as opiniões contrárias,
 é esquecer as ofensas.
Ter paz é aprender com os próprios erros, 
é dizer não, quando é não que se quer dizer... 
Ter paz é ter coragem de chorar ou de sorrir quando se tem vontade...
É ter forças para voltar atrás, pedir perdão, 
refazer o caminho, agradecer...
Ter paz é admitir a própria imperfeição 
e reconhecer os medos, as fraquezas, as carências...
A paz que hoje trago em meu peito é a tranqüilidade
 de aceitar os outros como são, 
e a disposição para mudar as próprias imperfeições.
É a humildade para reconhecer que não sei tudo
 e aprender até com os insetos... 
É a vontade de dividir o pouco que tenho
 e não me aprisionar ao que não possuo.
É melhorar o que está ao meu alcance, 
aceitar o que não pode ser mudado 
e ter lucidez para distinguir uma coisa da outra.
É admitir que nem sempre tenho razão e, 
mesmo que tenha, não brigar por ela.
A paz que hoje trago em meu peito 
é a confiança naquele que criou e governa o mundo...
A certeza da vida futura e a convicção de que receberei, 
das leis soberanas da vida, o que a elas tiver oferecido.
Pense nisso!
Às vezes, para manter a paz que hoje mora em teu peito, 
é preciso usar um poderoso aliado chamado silêncio.
Lembra-te de usar o silêncio quando ouvir palavras infelizes.
Quando alguém está irritado.
Quando a maledicência te procura.
Quando a ofensa te golpeia. Quando alguém se encoleriza.
Quando a crítica te fere. Quando escutas uma calúnia.
Quando a ignorância te acusa. Quando o orgulho te humilha.
Quando a vaidade te provoca.
O silêncio é a gentileza do perdão que se cala 
e espera o tempo, por isso é uma poderosa ferramenta
 para construir e manter a paz.


(Chico Xavier - Emmanuel)