7 de mai. de 2012


"Se os antigos benzedores fossem criaturas eruditas ou científicas, não tardariam em fracassar, perturbados pela especulação acadêmica e a frieza do intelecto humano. Aliás, muitos cientistas ainda lembram um eletricista teimoso, que julga mais importante o vidro da lâmpada do que a força da usina elétrica. O benzedor não pode ser um cientista, pois, se ele o fosse, jamais se abalaria a benzer cria...turas que se dizem vítimas de mau-olhado, enfeitiçamento, quebrantos ou inveja! O poeta que se extasia diante do poente irisado de cores deslumbrantes ficaria seriamente perturbado, caso o cientista lhe provasse que a paisagem deslumbrante derramada pelo céu não passa de pura reflexão solar! Ele também deixaria de cantar a beleza e a fragrância da rosa, ante a perfídia do legista botânico, ao demonstrar-lhe a matemática atômica da flor, a composição química da cor e a técnica prosaica da construção da nervura vegetal, que nada têm de poesia, mas apenas de ciência."
(Ramatís)