Quando eu chegar sem nada dizer e permanecer em silêncio, por favor, entenda que só quero estar perto de você.
Se notar que estou a ponto de chorar, não me diga "não chore". Deixe que as lágrimas venham e perceba que eu só não escondo meu pranto de você.
Se eu lhe disser que estou muito triste, por favor, não diga "não fique assim". Deixe que a tristeza se esgote em mim e entenda que para você não preciso fingir.
Quando eu chegar com muita raiva de alguém, não tente me convencer que estou errando. Por favor, deixe que eu descubra até que ponto estou exagerando e apoie-me enquanto eu precisar. A raiva tem seu próprio tempo para diluir-se.
Se eu começar a relatar as minhas mágoas, por favor, ouça-me e entenda que eu não as revelo para ninguém, a não ser para você. Quando eu lhe exponho minhas decepções, frustrações, fracassos e tantos sentimentos dolorosos, em outras palavras estou lhe dizendo que preciso do seu colo, apenas do seu colo.
Por favor, recolha-me e silencie, com seu coração unido ao meu.
Quando eu baixar os olhos para o chão, não diga "olhe para cima". Eu posso estar procurando dentro de mim as respostas de que necessito e, nesse momento, sua presença - tão somente a sua presença - poderá estar ajudando-me a encontrá-las.
Quando eu aparecer com medos, inseguranças, preocupações, ansiedades e tantas outras emoções desequilibrantes, por favor, não me fale de terapias, métodos, remédios, fórmulas prontas nem receitas de vida. Entenda que quando eu me abro para você - e tão somente para você - tudo me parece mais simples, mais fácil de lidar,
as nuvens se clareiam e eu consigo retornar à paz.
O que nos une é forte o suficiente para desafiar todos os limites de tolerância.
Seja tolerante comigo, pois sempre o serei com você.
Quando, finalmente, eu abrir um amoroso e fortalecido sorriso, abrace-me carinhosamente, diga "estamos juntos" e preencha-se de renovada certeza de que quando os papéis se inverterem, eu serei para você o que agora peço que seja para mim.
Silvia Schimidt