A Terra disse ao Tempo: - “Aonde me levas
Cavaleiro invisível; mudo e errante
Que a luta me renovas, cada instante
Desde as primeiras formações longevas?
Monstro que me apavoras e me enlevas
Porque, seguindo a passo de gigante
Trazes a luz do dia, sob as trevas?!...”
Mas o Tempo clamou: - “Escuta e lida!”
Eu sou teu companheiro para a vida...
Impelindo-te aos sóis da eternidade!
Tudo altera em teu seio, pólo a pólo
Desde as nações aos vermes de teu solo
Menos a Eterna Lei da caridade.”
Antero de Quental