Muitas pessoas estabelecem objetivos de vida, que passam a ser buscados com intensa determinação. Limitam seus interesses na conquista de seus sonhos e quando os alcançam nem sempre encontram neles o sentido e o significado que esperavam. A meta, que por tanto tempo representou a razão de viver, cede lugar ao tédio, empurrando os seres para os abismos da depressão ou dos vícios. Por vezes, são pais que colocam na vida dos filhos os próprios sonhos. Projetam no futuro de seus rebentos os desejos que eles próprios não puderam realizar. No entanto, os filhos crescem e devem enfrentar as próprias lutas e dar curso às próprias vidas. Por vezes a constatação dessa verdade causa nos pais, mais despreparados, amarga aflição. Outros, ainda, anseiam por alcançar um patamar elevado na carreira para amealhar, assim, consideráveis recursos financeiros. Porém, quando seus objetivos se realizam, sentem-se desestimulados. Há aqueles que se esforçam para ter fama e destaque na sociedade e que, quando os alcançam, amargurados e vazios, entregam-se às drogas e aos abusos do sexo. Inquietação e desequilíbrio costumam servir de base na busca por objetivos imediatos de prazer e de satisfação. Tais metas são frutos do egoísmo que ainda move os seres, e quando alcançadas, produzem tão-somente rápida e passageira satisfação. Em pouco tempo a antiga e conhecida sensação de aborrecimento e de vazio volta a exercer forte influência no cotidiano. Como se todo o esforço tivesse sido em vão. Como se toda a luta não tivesse valido a pena. Nos lábios, a impressão de que alguma palavra ficou faltando. Na boca, a permanente sensação de sede. É a fome de realização plena. É uma sensação de que, em sonho, tudo era mais belo e satisfatório. É o tédio, terrível flagelo que consome existências. Silencioso e ardiloso, penetra suavemente no comportamento, instalando-se na mente e no sentimento, depauperando e dominando os indivíduos. Quando te percebas a um passo do tédio, assume nova postura e busca uma atividade que te preencha o tempo físico e mental de forma útil. Nunca te consideres impossibilitado de trabalhar, de agir no bem e de produzir. Considera o esforço dos artistas sem braços, sem pernas, que se revelaram excelentes pintores, escultores, desenhistas, ricos de inspiração e de alegria de viver. Reflete sobre a vida de outros deficientes que se transformaram em mensageiros da renovação interior, tornando-se membros indispensáveis da economia moral e social no mundo. O esforço que lhes foi exigido não lhes concedeu tempo para qualquer forma de tédio ou de desinteresse, entregando-se à lamentação ou ao desencanto. Não cesses de edificar, nem te permitas contemplar a retaguarda do já feito. Examina a perspectiva do quanto ainda necessitas realizar. Aspira à conquista do infinito e nunca te sentirás entediado com os logros conseguidos. Quem se basta com as aquisições meramente materiais ainda não alcançou a real maturidade, nem descobriu as prioritárias metas existenciais. Aquele que anela pela alegria de viver, não apenas pelo que consiga deter nas mãos, jamais será vítima do tédio, porque estará sempre em ação, sentindo-se útil e pleno.
Texto com base no capítulo 13 do livro Diretrizes para o êxito, de Divaldo Pereira Franco - Joanna de Ângelis