23 de out. de 2010

O poder da determinação



O garoto era o encarregado de chegar mais cedo, todos os dias, e acender o carvão no antiquado fogão, a fim de aquecer a sala antes da chegada da professora e dos colegas.



Era uma escola rural e todos os dias, o menino atendia à sua obrigação. Certa manhã, quando chegaram a professora e os meninos, a escola estava em chamas. O garoto foi retirado, inconsciente do prédio. Mais morto do que vivo. Toda a parte inferior de seu corpo estava tomada por queimaduras sérias. De sua cama, pôde ouvir o médico dizendo para sua mãe que ele não tinha chances de viver. Segundo o médico, morrer seria uma bênção para o pequeno, pois o fogo tinha arrasado toda a parte inferior do seu corpo. Mas o corajoso menino decidiu que iria viver. Tanto lutou que sobreviveu. Então, outra vez, ele ouviu o mesmo médico dizendo para sua mãe que ele estava condenado a viver como um inválido. Seus membros inferiores estavam inutilizados. De novo, o garoto tomou uma decisão: ele voltaria a andar, não importa o que custasse. Infelizmente, da cintura para baixo, ele não tinha controle motor. As suas pernas finas estavam ali penduradas, mas inúteis. Quando recebeu alta do hospital, sua mãe o levou para casa. Todos os dias massageava as suas pernas. Mas ele não sentia nada. Nem sensação, nem controle, nada. Contudo, não desistia. Ele queria voltar a andar. Certo dia, a mãe o colocou na cadeira de rodas, e o levou para o quintal, para tomar sol. Ele ficou ali, olhando a cerca, a poucos metros. Então, se jogou no chão e se arrastou pela grama, até a cerca. Com esforço imenso agarrou-se à cerca e se levantou. Começou a se arrastar, estaca após estaca, ao redor do quintal. Estava decidido a andar. Fez isso em todos os outros dias, até ter aplainado um caminho junto à cerca. Ele queria andar. E andaria. Daria vida outra vez àquelas pernas.
Por fim, depois de massagens diárias e muita determinação, ele conseguiu a habilidade de ficar de pé, depois dar uns passos, embora vacilantes. Finalmente, caminhar. Depois, correr. Começou andando até a escola. Depois, decidiu que chegaria correndo. Pelo simples prazer de correr. Muitos anos depois, na faculdade, ele entrou para a equipe de atletismo. Mais tarde, esse jovem que ninguém esperava que sobrevivesse, que diziam jamais voltaria a andar, muito menos correr, bateu o recorde mundial de velocidade em uma corrida de uma milha, no Madison Square Garden.

Seu nome: Glenn Cunningham
Modalidade: Atletismo
Nascimento: 4 de Agosto de 1909
Elkhart, Kansas
Nacionalidade: Estados Unidos

Falecimento: 10 de março de 1988 (78 anos)
Compleição Peso: 70 kg Altura: 1,78m
Medalhas
Jogos Olímpicos
Prata Berlim 1936 1500 m