15 de ago. de 2010
Ser humilde ou ser humilhado?
"Esta descida e subida significam, sem dúvida, para nós, que pela exaltação se desce e pela humildade se sobe."
A humildade é uma qualidade que enriquece a vida. Então devemos começar por perguntar a nós mesmos o que fazemos e o que não corresponde à ‘humildade’. Primeiramente, ser humilde é, em geral, confundido com ser passivo – alguém que aceita tudo sem reclamar quando algo ruim acontece. Mas isso é apatia, inércia, jamais humildade. Humildade pode ser compreendida como um traço de caráter que alguns possuem, mas não é natural em todos. Essa visão associa humildade a pessoas quietas e introvertidas. Vista assim, a humildade não é para qualquer um. Finalmente, ser humilde é visto como uma característica típica dos idosos, especialmente das mulheres. Some-se a isso o uso da frase ‘uma senhora velhinha’, o que imediatamente invoca a imagem de um comportamento conciliatório e silencioso. Se juntar tudo, chegaremos a definição de humildade como algo equivalente a um comportamento passivo de gente tímida. Ainda assim, essa definição é superficial e enganosa. Algumas sociedades podem parecer ter sido construídas sobre a humildade. Algumas culturas envolvem submissão forçada dos jovens aos mais velhos, da mulher ao homem, de uma raça a outra. Mas essa submissão não deve ser confundida com humildade. Nessas culturas, as pessoas não são apenas submissas: elas são humilhadas. E há uma diferença infinita entre humilhação e humildade. Humildade é uma qualidade de vida e estado de espírito que precisa ser desenvolvido conscientemente. Deve ser olhado como uma dádiva de Deus; o ato definitivo de humildade é pedir com todo o coração a dádiva da humildade a Deus.
(Extraído do livro: Encontre seu santuário - Abade Christopher Jamison)