19 de ago. de 2010

Palavras de Dalai Lama

"...não faz mesmo muita diferença se estou falando com um velho amigo ou com um novo, porque sempre acredito que somos iguais: somos todos seres humanos. Creio ser muito mais fácil a comunicação com os outros nesse nível. Se conseguirmos deixar de lado as diferenças, creio que poderemos nos comunicar, trocar idéias e compartilhar experiências com facilidade..."

"...há uma tendência racionalista muito forte, um pressuposto de que tudo pode ser explicado. Por exemplo, vocês sofrem as limitações da idéia de que tudo pode ser explicado dentro da estrutura de uma única vida; e ainda associam a isso a noção de que tudo pode e deve ser explicado e justificado. Porém, quando deparam com fenômenos que não conseguem explicar, cria-se uma espécie de tensão. É quase uma sensação de agonia..."

"...creio que, embora não seja fácil alcançar a felicidade genuína e duradoura, mesmo assim, ela é algo que se pode realizar. Minha crença não se baseia na fé cega ou no dogma religioso, mas sim, no raciocínio sólido e na experiência direta. O próprio movimento da nossa vida é no sentido da felicidade..."

"...a felicidade pode ser alcançada através do treinamento da mente. Quando digo 'treinar a mente' inclui o intelecto e o sentimento, o coração e a mente. Por meio de uma transformação da nossa atitude, de todo o nosso modo de encarar e abordar a vida. Naqueles momentos de alegria que a vida proporciona, a felicidade dá a impressão de ser algo que caiu do céu..."

"...quando falamos de disciplina interior, pode se envolver muitos aspectos, muitos métodos. Mas em geral começa-se identificando aqueles fatores que levam à felicidade e aqueles que levam ao sofrimento. Depois desse estágio, passa-se gradativamente a eliminar os que levam ao sofrimento e a cultivar os que conduzem à felicidade. É esse o caminho..."

"...nossos dias são contados. Neste exato momento, muitos milhares de pessoas vêm ao mundo, algumas fadadas a viver apenas por alguns dias ou semanas, para depois sucumbirem tragicamente com alguma doença ou outra desgraça. Outras estão destinadas a abrir caminho até a marca dos cem anos, talvez até a ultrapassá-la um pouco, e a provar cada sabor que a vida tem a oferecer: a vitória, o desespero, a alegria, o ódio e o amor. Nunca sabemos. Quer vivamos um dia, quer um século, sempre resta uma pergunta crucial: qual é o propósito da vida? O que confere significado à nossa vida? O propósito da nossa existência é buscar a felicidade..."

"...as pessoas felizes são em geral consideradas mais sociáveis, flexíveis, criativas e capazes de suportar as frustações diárias com maior facilidade do que as infelizes. E, o que é mais importante, considera-se que sejam mais amorosas e dispostas ao perdão do que as infelizes. As pessoas felizes demonstram um certo tipo de abertura, uma disposição a estender a mão e ajudar os outros..."

"...a procura e a realização da felicidade pessoal de algum modo, levam ao egoísmo e ao ensimesmamento, todos nós podemos conduzir nossa própria experiência no laboratório do nosso próprio dia-a-dia. Suponhamos, por exemplo, que estás parado num congestionamento. Depois de 20 minutos, o trânsito volta a fluir, ainda a uma velocidade muito baixa. Vemos alguém em outro carro fazendo sinais de que quer passar para nossa faixa à nossa frente. Se estivermos de bem com a vida, é maior a probabilidade de reduzirmos a velocidade para deixar a pessoa entrar. Se estivermos no sentindo péssimos, nossa reação pode ser simplesmente a de aumentar a velocidade e fechar o espaço. 'ora, se eu estou aqui parado esperando todo esse tempo, por que os outros não podem esperar?'..."

(extraído do livro: A arte da felicidade - um manual para a vida - Dalai Lama)