Quando procuro a mim mesma
no redemoinho de sonhos a que me entrego
vejo mil olhos que mostram beleza
mil dedos que buscam ilusões em versos que tracejo
às vezes sem nenhuma razão que não seja
simplesmente o prazer de rebordar palavras
e transmitir sentimentos.
Quando desço aos meus porões
onde inconscientes dispersos se agitam
encontro mil demônios aflitos
pois anjos fiéis guardam as suas portas
e não há qualquer derrota que não seja justa ou certa
ou qualquer sucesso que envaideça
tanto que me retire a meta.
Quando olho para os lados
vejo legiões de pessoas que lutam em busca da felicidade
e às vezes sequer enxergam que dentro delas
há todo um território desocupado, e que basta
estender um pouco a mão
e fazer valer a voz do coração.
Quando olho para a minha frente
vejo você que assim como eu,
busca se auto-conhecer melhor para que possa abrir os caminhos
livrando-se dos espinhos,
caminhando na direção do horizonte buscando Deus
na pródiga natureza,
a sua fonte incondicional.