27 de ago. de 2010
Contar as bênçãos
A Natureza,
caprichosa artesã,
jamais repete um alvorecer ou
um pôr de sol.
A cada amanhecer o céu se veste com cores e tons diferentes.
Há manhãs de sol e de muita luz, que nos convidam a despertar sorrindo.
Há manhãs cinzentas, em que nuvens escuras e densas cobrem sem piedade os raios dourados do sol.
Há tardes em que o poente assume cores que nem mesmo os mais criativos pintores jamais arriscaram usar em seus trabalhos.
Há poentes em que a garoa fina domina a paisagem, ocultando, em meio à bruma, até mesmo as árvores mais próximas.
Há noites sem luar, quando as sombras invadem nosso olhar e as estrelas distantes parecem senhoras de um brilho ainda mais intenso.
Há dias de sol e há dias de chuva.
Assim também são os momentos de nossas vidas.
Nenhum minuto repete minutos anteriores.
Nenhum dia é igual a outro que já vivemos, tampouco será idêntico a algum que ainda vamos viver.
A vida é feita de experiências únicas que, somadas, criam o arcabouço de nossa história.
Há momentos de alegria e momentos de dor.
Há conquistas que nos felicitam.
Há perdas que nos dilaceram.
Tudo que vivemos e aprendemos integra nossas existências e forma o ser que somos ou que um dia seremos.
É evidente que nem todos os momentos são fáceis.
Há dificuldades que nos parecem intransponíveis e dores infinitas.
Nesses momentos o desalento deita sobre nós o peso do sofrimento e da angústia.
Curvamo-nos, incapazes de olhar o horizonte, e só vislumbramos as pedras do caminho.
Não somos capazes de perceber a luz do sol que brilha acima das nuvens.
Tampouco notamos a beleza das flores que emolduram a nossa estrada.
Nessas ocasiões, lembremo-nos de contar as bênçãos recebidas.
Enumeremos as dádivas que iluminam nossos dias.
São tantas!
O corpo físico, instrumento bendito que nos possibilita mais essa jornada terrestre;
A família, composta por amores do passado e do presente, oportunizando-nos reconciliação e crescimento conjunto;
Os amigos, presenças que nos fortalecem e animam nas mais variadas situações;
O trabalho, fonte de recursos materiais a sustentar-nos e engrandecer-nos;
A mensagem do Cristo, guiando nossos passos por trilhas de luz, consolando-nos sempre.
A Natureza exuberante, prova inequívoca da existência e da presença de Deus em nossos dias.
Pense nisso!
Não deixe que as adversidades ocultem de seus olhos as bênçãos que a vida lhe concede.
Se a saúde lhe falta, se os amores se afastaram, ou se os recursos materiais se mostram escassos, não se entregue ao desespero.
São apenas dias de chuva a preceder manhãs de sol.
São situações passageiras e necessárias para o aprendizado do espírito.
Valorize o que de bom você já conquistou.
As verdadeiras riquezas não são consumíveis pelo tempo, nem podem ser corroídas pela inveja alheia.
Ao contrário, elas integram e integrarão, para sempre, a essência de cada ser, completando-o.
Conte as bênçãos que já lhe chegaram às mãos e que hão de fazer eternamente parte da sua existência imortal.
Levante os olhos, seque as lágrimas e prossiga sempre.
Autor: Redação do Momento Espírita.