6 de ago. de 2010
Chorinho Brasileiro
Certa noite, ao entrar no meu gabinete vi, num mapa-mundi que tenho na parede, o nosso Brasil chorar: - O que houve, meu Brasil brasileiro? perguntei-lhe! E ele, espreguiçando-se em seu berço esplêndido, esparramado e verdejante sobre a América do Sul, respondeu chorando, com suas lágrimas amazônicas:
- Estou sofrendo. Vejam o que estão fazendo comigo...
Antes, os meus bosques tinham mais flores e meus seios mais amores. Meu povo era heróico e os seus brados retumbantes. O sol da liberdade era mais fúlgido e brilhava no céu a todo instante. Onde anda a liberdade, onde estão os braços fortes?
Eu era a Pátria amada e idolatrada. Havia paz no futuro e glórias no passado. Nenhum filho meu fugia à luta. Eu era a terra adorada e dos filhos deste solo era a mãe gentil.
E era gigante pela própria natureza que hoje devastam e queimam, sem que nenhum homem de coragem, às margens plácidas de algum riachinho, tenha a coragem de gritar mais alto para libertar-me desses novos tiranos que ousam roubar o verde louro de minha flâmula.
E não suportando as chorosas queixas do Brasil, saí de casa e fui para o jardim. Era noite e pude ver a imagem do Cruzeiro que resplandece no lábaro que o nosso país ostenta estrelado. Pensei... conseguiremos salvar esse país sem braços fortes? Pensei mais... quem nos devolverá a grandeza que a Pátria nos traz? Voltei ao gabinete mas encontrei o mapa silencioso e mudo, como uma criança dormindo em seu berço esplêndido.
Lá fora, nas ruas e praças, já estão sendo feitos os preparativos para os comícios. Quem salvará o Brasil? Perguntei a mim mesma como se tivesse a resposta... Eu? Tu? Ele? Nós? Vós? Eles?
Ninguém isoladamente, certamente. Talvez quem sabe, numa nova conjugação?
Por favor, muito cuidado ao votar. Esteja bastante consciente de sua escolha, coloque acima de qualquer interesse, o amor por esta Pátria, que precisa deixar de ser um país do futuro, para ser a nossa realidade de hoje.